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Política & Poder

Flávio Bolsonaro admite plano de concorrer a prefeito do Rio em 2024

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse à Folha de S.Paulo que quer disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro no ano que vem

FolhaPress

17/03/2023 19h53

Julia Chaib e Thiago Resende

Brasília, DF

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse à Folha de S.Paulo que quer disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro no ano que vem. O parlamentar afirmou ter colocado o nome à disposição do partido como opção para a eleição de 2024, mas pondera que a decisão deve ser tomada em conjunto com o grupo político do qual ele faz parte.


“Hoje, dentro do PL, eu coloquei meu nome”, afirmou o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


É a primeira vez em que Flávio admite o plano de concorrer ao cargo de prefeito. A decisão, porém, ainda depende de costura política.


Além dele, o senador Carlos Portinho (PL) se apresentou como alternativa para disputar a prefeitura e o general Walter Braga Netto (PL) também é citado.


Segundo Flávio, o deputado licenciado Doutor Luizinho (PP-RJ) já expressou desejo de concorrer ao comando do município.


“Se a eleição fosse hoje, eu ia pleitear para que esse grupo me apoiasse na minha candidatura da prefeitura”, declarou Flávio.


Segundo o senador, a ideia é que num período mais próximo da eleição seja analisado qual nome é o mais viável.


“Mais uma vez, uma decisão tomada em grupo porque o nome Bolsonaro tem uma expressão gigante no Rio de Janeiro. Mas todas as pessoas que eu falei também têm votos e têm influência perante o eleitor. Então, se for algo consensuado, certamente a gente vai para uma eleição com muito mais chance de sucesso”, disse.


Diante de um cenário de disputa apertada, partidos de esquerda e de direita do Rio já deram início a negociações de alianças para a eleição municipal do próximo ano.


No pleito de 2022, Bolsonaro venceu Lula na capital fluminense por uma diferença de 5,3 pontos percentuais.


O PT já fez acenos para pleitear a vice do prefeito Eduardo Paes (PSD) em 2024, que tem está de olho na reeleição.


O movimento político de Paes é citado por Flávio ao falar sobre os planos para a prefeitura do Rio.
“Hoje meu nome está colocado porque não tem outro nome a não ser Eduardo Paes, que se posicionou como um bunker do [presidente] Lula. Obviamente, é o nosso domicílio eleitoral, mas o que eu falo sempre é o seguinte: isso é uma construção, qualquer candidatura ao Executivo, prefeitura, Governo do Estado, Presidência é uma construção”, afirmou o senador.


Segundo aliados, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, vê com bons olhos o nome do general Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.


Como mostrou o Painel, um diferencial do militar seria a bandeira da segurança pública, que tem apelo no Rio de Janeiro.


Também pesa o fato de que Flávio Bolsonaro, caso seja eleito prefeito, teria de abrir mão de mais de dois anos de mandato no Senado para seu suplente, o empresário Paulo Marinho. Aliado na campanha de 2018, ele hoje é um desafeto do ex-presidente.


Braga Netto ganhou notoriedade ao assumir a função de interventor na área de segurança pública, em 2018, no estado do Rio de Janeiro -por isso, Valdemar acredita que o general seria uma aposta na disputa.


O senador tentará unificar a direita em sua candidatura.


Flávio é o filho 01 de Bolsonaro. A primeira eleição dele foi em 2002, com 21 anos, para o cargo de deputado estadual.


Em 2016, ele concorreu, pelo PSC, à Prefeitura do Rio. Mas terminou em quarto lugar, com 14% dos votos válidos no Rio.


Dois anos depois, na onda do bolsonarismo, ele foi eleito senador com quase 4,4 milhões de votos no estado em 2018, o equivalente a 31,3% dos votos válidos -uma ampla margem em relação ao segundo colocado, Arolde de Oliveira, que obteve 17%.


A pretensão do senador de disputar novamente a prefeitura não conta com o apoio do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).


Castro venceu, em fevereiro, a disputa travada com o próprio partido pela presidência da Assembleia Legislativa. O governador tem dado sinais de afastamento do bolsonarismo. A queda de braço com o partido pode culminar com sua saída da sigla do ex-presidente Bolsonaro.

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