Apesar do anúncio oficial feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o Censo Demográfico 2022 havia encerrado a coleta, recenseadores ainda estão em campo tentando reduzir a proporção de não recenseados na população. No que deveria ser a etapa de apuração e conferência de informações prestadas, trabalhadores contratados pelo instituto têm tentado ampliar a cobertura com visitas a mais domicílios. Há Estado com mais de 20% da população ainda não recenseada.
Até o último dia 15 de março, 190,523 milhões de brasileiros tinham sido recenseados, o equivalente a aproximadamente 89,3% da população, segundo a prévia estimada pelo IBGE e enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim de 2022.
No Amapá, 20,8% da população não tinha sido ainda recenseada. Em São Paulo, ainda faltava recensear 16% dos habitantes, e no Rio de Janeiro, 15,1%. Outros estados com lacunas de dois dígitos no recenseamento são Rondônia (17,3% da população não recenseada), Espírito Santo (13,4%), Tocantins (11,8%), Pará (11,7%), Acre (11,6%) e Distrito Federal (13,9%).
Os Estados com maior cobertura foram Santa Catarina (98,1% da população recenseada), Piauí (97,2%), Paraíba (95,8%) e Roraima (94,5%).
O IBGE tem alertado sobre a dificuldade de recenseamento em residências de alta renda, mas há lacunas também nas demais faixas de rendimento. A Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira, 17, que participaria, através do Instituto Pereira Passos, de uma “força-tarefa para auxiliar na reta final da contagem populacional nas favelas cariocas do Censo Demográfico 2022”.
“Agentes e ex-agentes de Territórios Sociais, programa do município e ONU-Habitat que atua na identificação de famílias em situação de vulnerabilidade social, ajudarão a reduzir o porcentual de domicílios que não responderam ao Censo nos aglomerados subnormais da cidade, que está em torno de 9%”, divulgou a Prefeitura, em nota à imprensa.
Moradores têm recebido notificações com ameaças de multa por não terem respondido ainda ao levantamento.
A coleta do Censo, iniciada em 1º de agosto de 2022, se estenderia inicialmente até o fim de outubro do ano passado. Após uma série de dificuldades para contratação, pagamento e manutenção de recenseadores atuando no trabalho de campo, o prazo foi prorrogado sucessivas vezes. A coleta tem como data de referência as condições em que vivia a população brasileira no dia 31 de julho de 2022.
“Correndo tudo como planejado, o IBGE tem previsão de divulgar os primeiros resultados do Censo no final de abril”, informou o IBGE ao Broadcast.
Estadão Conteúdo