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Política & Poder

Ex-coronel afirma que informações sobre o 8/1 não chegaram às tropas

Preso desde fevereiro após ter pedido de habeas corpus negado pelo ministro do Supremo Triunal Federal (STF) Alexandre De Moraes, o coronel citou informes

Redação Jornal de Brasília

26/06/2023 20h23

Imagem: PMDF

O ex-chefe de Operações da Polícia Militar do DF, coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito, por vontade própria, na tarde desta segunda-feira (26), que o operacional da corporação não recebeu informações de inteligência e acabou “cegado” no 8 de janeiro.

Preso desde fevereiro após ter pedido de habeas corpus negado pelo ministro do Supremo Triunal Federal (STF) Alexandre De Moraes, o coronel citou informes de inteligência disparados pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e os grupos de WhatsApp da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, incluindo o que foi criado no dia 7 de janeiro.

“Ou as agências de informação não passaram isso para o secretário [de Segurança] nem para o comandante-geral [da PM], ou passaram isso para o secretário e o comando-geral [da PM], e eles ficaram inertes, não tomaram providência. Porque tiveram cinco horas para tomar providência a partir do momento que esse grupo recebeu essa informação”, afirmou.

“E o que eu acho mais interessante: colocaram o subordinado, colocaram o superior, mas não colocaram o DOP [Departamento Operacional]. Então, nesse momento, eles cegaram todo o braço operacional”, completou.

Naime reforçou também que o Exército impediu o Governo do Distrito Federal (GDF) de finalizar com o acampamento em frente ao quartel-general, em Brasília. O nome do general Gustavo Henrique Dutra, ex-chefe do CMP (Comando Militar do Planalto), foi citado.

“A ação da Polícia Militar no acampamento sempre foi limitada pelas Forças Armadas. A gente não tinha esse acesso pra entrar com policiamento, pra efetuar prisão, pra retirar ambulante, pra poder fazer prisões. A própria Polícia Federal foi tentar cumprir mandados de prisão dentro do acampamento e foi rechaçada pelos manifestantes”.

Apesar de chefe do Departamento Operacional da PM em 8 de janeiro, o coronel estava de folga. Ele disse que juntaria a chamada “licença-recompensa” com suas férias e que não pôde utilizar o benefício antes.

Em sua ausência, o DOP ficou a cargo do coronel Paulo José. A Secretaria de Segurança Pública do DF estava nas mãos do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres, de férias nos Estados Unidos.

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