Um estudo divulgado nesta segunda-feira (19) aponta que a vacina russa contra a covid-19 Sputnik V demonstrou eficácia de 97,6%. As informações foram divulgadas pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya do Ministério da Saúde da Federação Russa e o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, em inglês).
O estudo surpreende porque a eficácia de 97,6% é referente à eficácia na vida real. Antes, nos ensaios clínicos, a eficiência foi de 91,6%. Geralmente, a porcentagem dos ensaios é maior que a da vida real.
Para chegar a tal resultado, foram analisadas 3,8 milhões de pessoas vacinadas na Rússia entre dezembro de 2020 e março de 2021. Os resultados mostraram que a taxa de infecção a partir do 35º dia após a aplicação da primeira dose foi de apenas 0,027%, em comparação com 1,1% entre a população não vacinada em um período de 35 dias após o início da campanha de vacinação.
“Esses dados confirmam que a Sputnik V apresenta uma das melhores taxas de proteção contra o coronavírus entre todas as vacinas.”, disse Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, em comunicado.
A proteção da Sputnik V demanda a aplicação de duas doses, com 21 dias de intervalo entre elas. Portanto, neste estudo, a eficiência do imunizante foi avaliada duas semanas após a segunda dose.
Brasil não aprova
A Sputnik V já teve seu uso autorizado em 60 países. No Brasil, a aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda está pendente devido à falta de documentos. A Anvisa comunicou aos governadores interessados em comprar o imunizante e chegou a pedir uma pressão para que os responsáveis enviem logo os dados faltantes.