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Política & Poder

Ernesto, que chamou covid de “Comunavírus”, nega que tenha feito declarações anti-chinesas

Ex-ministro das Relações Exteriores está sendo sabatinado pela CPI da Covid nesta terça (18)

Willian Matos

18/05/2021 10h44

Ernesto Araújo na CPI da Covid

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo declarou nesta terça-feira (18), durante sessão da CPI da Pandemia, que nunca fez declarações anti-chinesas.

Perguntado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se as declarações contra a China impactaram para o estremecimento da relação entre China e Brasil, Ernesto negou que tenha atacado o país. “Eu não entendo nenhuma declaração que eu tenha feito em nenhum momento como anti-chinesa”, declarou.

O ex-chanceler complementou dizendo que “por notas oficiais do Itamaraty, por minha decisão, nos queixamos de comportamento da Embaixada da China ou do Embaixador da China em Brasília, mas não houve qualquer declaração que se possa qualificar como anti-chinesa.”

A resposta, no entanto, confronta um artigo publicado pelo próprio Ernesto em abril de 2020. À época, o ex-ministro classificou o vírus como “Comunavírus”, e “vírus ideológico”.

O presidente da CPI, Omar Aziz, interviu durante o depoimento, pedindo que Ernesto dê apenas declarações verdadeiras e relembrando embates do ex-chanceler com chineses. O ex-ministro, então, disse que baseou-se em um livro para escrever o artigo e negou que foi anti-chinês.

O artigo, no entanto, dizia que o medo causado pela nova doença “nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista”. Falava ainda que esse “pesadelo comunista” já vinha nascendo “no climatismo ou alarmismo climático, da ideologia de gênero, do dogmatismo politicamente correto, do imigracionismo, do racialismo, do antinacionalismo, do cientificismo”.

Recentemente, a China suspendeu o envio de insumos farmacêuticos ativos (IFA) para o Brasil. Isso impede o Instituto Butantan de seguir produzindo a vacina contra a covid-19 Coronavac, que vem sendo usada por todo o país na imunização contra a doença. Pelo menos 12 estados sinalizaram ao Ministério da Saúde que estão sofrendo com falta da vacina. O governador de São Paulo, João Doria, atribui a suspensão chinesa às falas de Bolsonaro contra o país.

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