Após denuncias de que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teria prometido a um grupo de intermediadores a compra de 30 milhões de doses da vacina Coronavac, o governador de São Paulo, João Doria, reagiu a informação. “O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em nome do governo Bolsonaro, negava a vacina e superfaturava seu preço nos bastidores”, escreveu Doria no Twitter.
A suposta negociação, que ocorreu fora da agenda oficial do ex-ministro, trazia um preço de 28 dólares, quase três vezes maior que o negociado pelo Instituto Butantan de 10 dólares. Caso o negócio fosse fechado, as doses seriam as mais caras contratadas pelo ministério, posto atualmente ocupado pela vacina indiana Covaxin, que custa 15 dólares a dose, e tem o contrato suspenso por suspeitas de irregularidade.
O vídeo, que mostra Pazuello e os intermediadores, foi obtido pela Folha de São Paulo, e foi gravado no dia 11 de março de 2021. A reunião teria acontecido no gabinete do então secretário-executivo da pasta, o coronel da reserva Elcio Franco.
“Já saímos daqui hoje com o memorando de entendimento já assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato para podermos receber essas 30 milhões de doses no mais curto prazo possível para atender a nossa população”, diz Pazuello no vídeo.
No dia da reunião, o governo federal já havia anunciado, dois meses antes, a compra de 100 milhões de doses do imunizante pelo Instituto Butantan. Após o encontro, um dos assessores de Pazuello teria alertado o general de que a proposta era incomum, com preço muito elevado, além de a empresa possivelmente não ser representante oficial da fabricante chinesa da vacina.
