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Política & Poder

Empresas monitoram protestos de caminhoneiros e já relatam impacto no fornecimento

Por enquanto, a mercadoria vai ficar em um depósito. “Estamos monitorando, sem dúvida é um momento muito preocupante”, diz Pimentel

Marcus Eduardo Pereira

08/09/2021 23h03

Foto: Divulgação

JOANA CUNHA
FOLHAPRESS

Empresas de diversos setores começam a monitorar o cenário dos protestos de caminhoneiros que se espalham pelo país nesta quarta (8).

Fernando Pimentel, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) diz que transportadores saindo de São Paulo que atendem uma empresa do setor começaram a se recusar a levar a carga para Santa Catarina nesta quarta-feira (8). Por enquanto, a mercadoria vai ficar em um depósito. “Estamos monitorando, sem dúvida é um momento muito preocupante”, diz Pimentel.

José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) registrou gargalos de fornecimento em Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e Mato Grosso. “Houve problemas para mandar novas cargas para transportadoras que não estão aceitando e outros casos que saíram mas tiveram dificuldade nas estradas”, diz.

Roriz prevê atraso no suprimento de embalagens para produtos perecíveis, como alimentos, e materiais para a construção civil.

Na indústria farmacêutica, a distribuição e o transporte indicam alguns pontos de bloqueio em estados como Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Paraná, segundo o Sindusfarma (associação que reúne fabricantes), mas, por ora, não há previsão de falta de medicamentos. ?

Um dos setores mais impactados pela greve dos caminhoneiros em 2018, a indústria de frangos e suínos diz ter sentido alguns impactos no trajeto de volta dos portos, depois de despachar as cargas, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Por enquanto, os veículos que levam carnes congeladas, ração e animais vivos estão conseguindo trafegar porque os caminhoneiros estão permitindo a passagem de mercadorias do setor, afirma Ricardo Santin, presidente da ABPA. Em média, 25 milhões de animais vivos são transportados por dia, segundo ele.

A Abras (do setor supermercadista) diz que está monitorando permanentemente os movimentos com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a assessoria da Presidência da República. Em nota, a Abras afirma que há tendência de diluição dos focos até o final de semana.

A associação de bares restaurantes Abrasel, outro setor sensível por causa dos perecíveis, diz que também está monitorando. “Estamos acompanhando essa situação no Brasil inteiro. São paralisações muito pontuais, algumas mais fortes no Mato Grosso, mas nada ainda que preocupe, como algo generalizado como foi da vez passada”, diz Paulo Solmucci, presidente da entidade.

Segundo ele, algumas redes do sul do país tiveram problemas pontuais de atraso no fornecimento por causa dos bloqueios nesta terça (7), mas nada que tenha comprometido o abastecimento.

A Abia (Associação da Indústria de Alimentos) também diz que segue monitorando com atenção os possíveis impactos das paralisações.

“O trânsito livre de veículos que transportam alimentos deve ser preservado, a disponibilidade de comida nas prateleiras do varejo depende disso”, afirma o presidente-executivo da Abia, João Dornellas.

Os dados mais recentes do Ministério da Infraestrutura divulgados às 17h30 com base nas informações da Polícia Rodoviária Federal apontam pontos de concentração em rodovias federais com abordagem a veículos de carga em oito estados. Segundo o órgão, não há bloqueio total de pista em nenhum ponto. Às 14h30, o boletim do ministério falava em quatro estados com maior concentração em Santa Catarina

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