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Política & Poder

Embaixador chinês comemora prisão de Jefferson, que já fez ataques sinofóbicos

Jefferson foi preso no desdobramento das investigações sobre a atuação de uma quadrilha digital voltada a ataques contra a democracia

Redação Jornal de Brasília

13/08/2021 21h01

Foto: Agência Brasília

FolhaPress

Pouco após o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ser preso na manhã desta sexta-feira (13), o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, comemorou em uma rede social. “Lindo dia para todos!!!”, escreveu o diplomata, que representa o país no Brasil desde 2018 e também já atuou na Argentina e no Chile. Jefferson, um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi preso no desdobramento das investigações sobre a atuação de uma quadrilha digital voltada a ataques contra a democracia.

A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na ordem emitida, constam mais de dez crimes, entre eles injúria, calúnia e difamação, incitação e apologia ao crime e denunciação caluniosa. A manifestação do embaixador chinês responde a ataques já proferidos por Jefferson. Em meados de julho, o ex-deputado protagonizou um vídeo nas redes sociais em que ameaçava Yang Wanming enquanto segurava duas armas.

Na ocasião, após discursar sobre uma suposta ameaça comunista e a importância das Forças Armadas e das polícias, Jefferson emendou: “Os comunistas, como esse chinês, malandro, que está aí hoje na embaixada da China (…) Ele tem que ir embora. O presidente tem que mandar ele embora, esse xing-ling de embaixador.”

Registros de ofensas à China têm sido comuns entre bolsonaristas, algo que ganhou novos contornos durante a pandemia, quanto o presidente Bolsonaro tentou, repetidas vezes, desqualificar a vacina Coronavac, desenvolvida em um laboratório chinês.

Um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub já teceram ataques sinofóbicos ao país asiático. O STF chegou a abrir um inquérito para investigar Weintraub pelo crime de racismo.

As posturas do presidente e de seus apoiadores são vistas com temor, pela possibilidade de enfraquecerem as relações bilaterais com a China, um dos principais parceiros do Brasil – mesmo com a retórica diplomática agressiva em Brasília, o país se consolidou como principal destino sul-americano de investimentos chineses.

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