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Política & Poder

Em aceno a mercado, Bolsonaro receberá sugestões de empresários antes de Cúpula do Clima

O encontro será promovido com os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura um dia antes da abertura da Cúpula de Líderes sobre o Clima

Redação Jornal de Brasília

20/04/2021 18h16

Foto: Agência Brasil

Gustavo Uribe e Ricardo Della Coletta
Brasília, DF

Em mais uma tentativa de reconstruir pontes com o setor empresarial, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) promoverá nesta quarta-feira (21) uma reunião com representantes do PIB (Produto Interno Bruto) para receber sugestões e reclamações sobre a atual política ambiental.

O encontro virtual será promovido com os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Agricultura, Tereza Cristina, um dia antes da abertura da Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A intenção dos empresários de setores da indústria, da agricultura e de serviços é apresentar ao governo brasileiro suas queixas, preocupações e sugestões para que sejam levadas em consideração no evento mundial e nos futuros encontros sobre o meio ambiente.

No ano passado, um grupo de executivos de empresas nacionais e internacionais enviou uma carta ao governo brasileiro pedindo providências contra o desmatamento ilegal e alertando sobre o prejuízo que a destruição ambiental pode causar no ambiente de negócios.

A reunião sobre o meio ambiente foi combinada durante audiência virtual do presidente com empresários, nesta terça-feira (20). O encontro teve as participações, segundo lista divulgada pelos organizadores, de Abílio Diniz (Península), André Gerdau (Gerdau), Fábio Coelho (Google), José Ermírio de Moraes (Votorantim), Luiz Trabuco (Bradesco), entre outros.

O encontro foi coordenado pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, e ocorreu em um momento em que Bolsonaro tenta se reaproximar do setor empresarial após sofrer críticas sobre sua postura negacionista no enfrentamento da pandemia.

Segundo relatos de presentes, o encontro virtual foi aberto pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que detalhou o plano de vacinação contra o coronavírus e afirmou que o ritmo de imunização deve aumentar nos próximos meses com a produção de um volume maior de vacinas.

Os empresários presentes se colocaram à disposição do ministro para ajudar no que fosse possível, tanto para ajudar na negociação de importação de insumos como no transporte logístico de doses do imunizante por todo país.

Na sequência, em uma rápida exposição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou a necessidade da adoção de medidas emergenciais neste momento. E que, passada a fase mais aguda da pandemia, o governo federal dará prioridade às reformas administrativa e tributária.

Além de Queiroga e Guedes, também fizeram intervenções os ministros Tereza Cristina (Agricultura), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Carlos França (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil).

O presidente ressaltou que a sua intenção neste momento é acelerar a vacinação no país e tentar evitar um crescimento do desemprego e uma queda da atividade econômica. Ele também ressaltou a intenção de melhorar a relação com Biden.

Na Cúpula do Clima, Bolsonaro deve adotar um discurso moderado e sinalizar ao presidente dos Estados Unidos que expandirá, em curto prazo, o volume de operações contra o desmatamento na floresta amazônica.

O presidente já escreveu o esboço do seu discurso, no qual voltará a se comprometer com o fim do desmatamento ilegal no Brasil até 2030 e convidará nações estrangeiras a ajudar no combate a queimadas com a injeção de recursos.

Na sua fala, segundo assessores palacianos, o presidente indicará aumento, ainda neste ano, da previsão orçamentária do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes), órgãos federais de fiscalização ambiental.

A ideia é que o montante seja investido em equipamentos e veículos. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, o Ministério do Meio Ambiente deve enviar nos próximos dias um pedido oficial à Economia. O valor e o modelo do aporte ainda não foram definidos.

Os técnicos do governo ainda avaliam se o dinheiro virá por abertura de crédito extraordinário ou por remanejamento orçamentário. O Meio Ambiente já tem um pedido ordinário ao Ministério da Economia, de recomposição orçamentária, que ainda não foi atendido.

O presidente sabe que uma das principais demandas das autoridades estrangeiras é o aumento dos quadros do Ibama e ICMBio. Mas conselheiros do mandatário destacam que concursos para essas entidades levam tempo e que, portanto, eles não devem contribuir para os resultados que o Brasil precisa apresentar no curto prazo.

Eles também ressaltam que Bolsonaro terá pouco tempo para falar e que a mensagem principal do Brasil deve ser genérica e similar à carta enviada por Bolsonaro a Biden na semana passada. A previsão é a de que o presidente utilize o tempo para discursar sobre iniciativas futuras, sem fazer uma autocrítica.

As informações são da Folhapress

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