A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro denunciou, besta terça-feira (21), o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer. O Jornal de Brasilia teve acesso ao documento que mostra a denúncia. Veja:
Além de Messer, a denúncia cita outras três pessoas. Trata-se dos advogados Antônio Augusto Lopes Rodrigues Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores e Marco Antônio Cursini (Cusita).
A denúncia tem por objetivo puni-los pelos crimes de evasão de dividas, lavagem de dinheiro, entre outros. Para o MPF, trata-se de um grupo liderado pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O documento afirma que “a organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral ocultou, no exterior, o valor equivalente a R$ 318.554.718,91”.
As transações teriam sido realizadas por meio de operações “dólar-cabo” — nome dado ao ato de realizar transferência ou depósito para o exterior, para que a moeda nacional seja externalizada, configurando evasão de dívidas. Dario Messer estaria no comando deste esquema, segundo investigações.
Segundo o documento, o esquema envolvia diversos doleiros espalhados por várias regiões do país, como aconteceu com Vinícius Claret Vieira Barreto, conhecido como Juca/Juca Bala, e Cláudio Fernando Barboza de Souza, de codinomes Tony/Peter. Eles foram presos no Uruguai tempos depois — as primeiras pessoas a serem presas no exterior por conta da Lava Jato.
Após serem extraditados, em 2017, Juca e Tony delataram o esquema de Sérgio Cabral, mostrando extratos de transferências internacionais, boletos e anotações.
“De fato, agentes públicos corruptos são grandes compradores de dólares, pois recebem reais em espécie no Brasil, fruto de propina, e precisam enviar ao exterior por meio do sistema paralelo acima descrito [dólar-cabo]. Sérgio Cabral é um exemplo dessa tipologia, tendo enviado ao exterior, pelo menos, mais de USD 101.000.000,00 pelo sistema.”
Dario Messer está preso em São Paulo desde junho de 2019.