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Política & Poder

Dívida do Governo do DF chega a R$ 1,1 bilhão

Arquivo Geral

12/07/2016 6h55

Kleber Lima

Millena Lopes
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Um bilhão e cem milhões de reais. É o valor da dívida do governo com fornecedores. Toda a dívida foi assumida em gestões anteriores, desde 2008. Um ano e meio depois da posse de Rodrigo Rollemberg, o Palácio do Buriti ainda não sabe quando conseguirá quitar este valor. A consequência é devastadora para a economia. É o famoso “devo, não nego. Pago quando puder”.

Em janeiro de 2015, a dívida se aproximava de R$ 2,4 bilhões, lembra o secretário de Fazenda João Antônio Fleury. “A gente está pagando à medida em que temos condições financeiras e orçamentárias”, argumenta, ao lembrar que havia a intenção de parcelar os valores em até 30 meses, no ano passado, mas o Tribunal de Contas do DF questionou o cronograma e ele foi suspenso. “Vamos pagar”, ele promete. Mas não há prazo para que isso ocorra.

Neste ano, já foram pagas as dívidas com 65% dos fornecedores que tinham até R$ 50 mil para receber da administração pública. “Pagamos este valor para todos eles, para não prejudicar a ordem cronológica. Agora, restou um grupo menor de credores com valores maiores”, explica.

Estas é que são as mais impactantes. E só serão pagas quando sobrar dinheiro no caixa. “E em ano de crise, não é uma coisa simples de se fazer”, analisa.

Os novos contratos estão todos sendo pagos em dia, garante Fleury. “Pode ter um ou outro caso de 2015 e 2016, mas estes estão mais relacionadas à questão operacional e não ao fluxo de caixa”.

Impacto na economia

A má fase atingiu toda a economia, observa o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. “Quando se faz negócio com o Estado, não é com o governador, é com o Estado”, aponta. “É inadmissível o que vivemos agora, porque a gente entende que, quando o governo emite uma nota de empenho, aquela verba já esteja garantida para sanar o compromisso com o fornecedor”, analisa Santana.

Quando o compromisso não é cumprido, fica “insuportável” para o setor produtivo. “O dinheiro deixa de circular, as pessoas são demitidas e deixam de ter renda e vai se formando um ciclo”, conclui o presidente da Fecomércio.

Servidores sem licença e sem aumento

Os servidores, embora tenham os salários pagos religiosamente em dia, também estão preocupados com o chamado rombo no caixa do DF. O pagamento do reajuste dos salários foi adiado e não há previsão para pagar as pecúnias das licenças-prêmio de quem se aposentar neste ano, por exemplo.

As licenças de quem se aposentou em 2015 ainda não foram todas pagas. “Evidentemente, isso é uma escolha. Tenho que escolher se vou pagar licença-prêmio ou medicamento. Tem as questões prioritárias”, argumenta o secretário de Fazenda.

Retroativo

Presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, diz que o governo ainda deve os retroativos dos reajustes salariais, já que adiou o pagamento do aumento que estava garantido por lei. “O governo é irresponsável tanto com a população quanto com os servidores públicos que fazem a máquina funcionar”, acrescenta.

O sindicato briga na Justiça pelo pagamento. “A gente percebe que o calote no governo Rollemberg não é uma circunstância, é um estilo de governar”, observa. Nas contas do sindicato, a dívida com os servidores deve beirar R$ 2 bilhões.

Só no ano que vem

Em 2016, o governo deve pagar, no total, R$ 200 milhões em pecúnias das licenças-prêmio de servidores. São 2.100 aposentados para dividir a bolada.

Nem todos os aposentados de 2015 receberam ainda, já que o governo anunciou um cronograma de pagamento que ainda está em vigor. As do ano que vem devem ser depositadas nas contas somente no ano que vem, conforme o secretário de Fazenda.

 

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