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Política & Poder

Deltan diz que cassação de seu mandato é festa para corruptos e Lula

“Fui cassado por vingança. Fui cassado porque ousei o que é mais difícil no Brasil: enfrentar o sistema de corrupção”, afirmou Dallagnol

FolhaPress

17/05/2023 18h32

O ex-procurador da República responde a um processo que cobra a restituição de valores pagos em diárias e viagens durante a Lava Jato

Foto/Reprodução

Matheus Teixeira

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou nesta quarta-feira (17) que perdeu o mandato por combater a corrupção. “A verdade é uma só, perdi meu mandato porque combati a corrupção. Hoje é dia de festa para os corruptos e dia de festa para Lula”, disse o ex-coordenador da Operação Lava Jato.

“Fui cassado por vingança. Fui cassado porque ousei o que é mais difícil no Brasil: enfrentar o sistema de corrupção”, afirmou, em pronunciamento ao lado de parlamentares, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Deltan teve o registro de candidatura indeferido e, consequentemente, o mandato cassado em julgamento do TSE ocorrido na noite desta terça-feira (16).

Por unanimidade, os ministros da corte eleitoral entenderam que o ex-coordenador da Lava Jato deveria ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa por deixar a carreira de procurador da República enquanto estava envolvido em sindicâncias junto ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Além de Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis (PL-DF) e Lucas Redecker (PSDB-RS) acompanharam a entrevista em solidariedade ao colega.

Alguns deles seguram placas escritas “perseguição política”, “vivemos numa ditadura” e “unidos com Deltan”.

Deltan creditou a decisão do TSE por sua atuação à frente da Lava Jato, e disse que o tribunal “inventou uma inelegibilidade imaginária” para retirar seu mandato. “Hoje, o sistema de corrupção, os corruptos e os seus amigos estão em festa. Gilmar Mendes está em festa, Aécio Neves está em festa, Eduardo Cunha está em festa, Beto Richa está em festa”, declarou.

Ele classificou a decisão como “esdrúxula” e fez críticas ao ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, e aos demais integrantes do tribunal.

Deltan afirmou que a lei determina que apenas integrantes do MPF que tenham deixado o cargo com PAD (processo administrativo disciplinar) pendente devem ser enquadrados na Lei da Ficha Limpa, o que não é seu caso. “A lei é clara e objetiva. Existia algum PAD? Não, nenhum, zero. É como punir alguém por crime futuro ou pior, punir por condenação que não existe”, disse.

Segundo ele, a corte eleitoral “fraudou a lei e a Constituição”. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná confirmou que a vaga de Deltan será ocupada por Itamar Paim, um pastor de Paranaguá, que teve 47 mil votos.

O Podemos defendia que Luiz Carlos Hauly substituísse Deltan, mas o PL argumentou que ele não havia atingido o quociente eleitoral mínimo e reivindicou a vaga. O pleito foi confirmado pela Justiça eleitoral do estado. Com isso, PL chegará a 100 deputados.

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