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Política & Poder

Delegados da PF brigam por segurança de Lula e questionam militares: ‘desvirtuamento de funções’

Atualmente essa missão é executada pela Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do presidente, composta principalmente por policiais federais

Redação Jornal de Brasília

28/06/2023 12h14

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

Os delegados de Polícia Federal entraram decisivamente no embate sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles não abrem mão da missão sob alçada da corporação e questionam publicamente a presença de militares na segurança do chefe do Executivo. “Configura desvirtuamento de funções e pode comprometer a estrutura democrática e institucional civil.”

A manifestação foi divulgada pela Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, que representa a carreira. “Não pode haver de forma alguma uma subordinação da Polícia Federal ao Gabinete de Segurança Institucional. Isso não é aceitável nem republicano”, afirma o delegado PF Luciano Leiro, presidente da entidade.

Lula está próximo de tomar uma decisão sobre quem ficará responsável pelo papel de guarda-costas presidencial. Atualmente essa missão é executada pela Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do presidente, composta principalmente por policiais federais.

Mas a portaria que criou o grupo expira nesta sexta, 30.

A partir daí, a segurança presidencial volta a ficar a cargo do GSI, conforme decreto, como ocorreu em governos anteriores.

Em maio, o chefe do GSI, general Marcos Amaro, fez ponderações sobre tratativas para reassumir a chefia da equipe de guarda-costas de Lula. Desde então, teve início a disputa pela segurança pessoal do presidente, que se acirrou nos últimos 15 dias.

O posicionamento público dos delegados de Polícia Federal carrega o tom de uma cartada final. Eles sustentam que, ‘em países com democracias historicamente consolidadas’, a proteção de altas autoridades é conduzida por forças civis.

Os delegados exaltam a ‘expertise’ da PF na proteção do chefe do Executivo, argumentando que tal experiência foi ‘consolidada em grandes eventos’.

A Polícia Federal tem um Núcleo de Segurança de Dignitários, que faz a segurança aproximada de chefes de Estado e de Governo em visita ao Brasil.

Como mostrou o Estadão, a inquietação na PF está atrelada à possibilidade de Lula prestigiar ‘quem tentou destituí-lo em detrimento de quem defendeu a sua permanência no cargo de presidente’ – em referência ao 8 de janeiro e as suspeitas de ‘omissão’ de militares ante o ataque dos radicais à Praça dos Três Poderes.

Estadão Conteúdo

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