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Política & Poder

Delegado Rivaldo arquitetou com irmãos Brazão plano de matar Marielle, diz Moraes

Segundo investigadores, houve promessa de criação de grupo paramilitar em terras vinculadas aos dois

Redação Jornal de Brasília

24/03/2024 17h26

Delegado Rivaldo Barbosa, chegando à Brasília – Foto: AFP

FABIO SERPIÃO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O assassinato de Marielle Franco foi idealizado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e “meticulosamente planejado” pelo delegado Rivaldo Barbosa -diz trecho de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ministro determinou a prisão dos suspeitos e levantou o sigilo de informações sobre o caso, inclusive o relatório da Polícia Federal sobre o caso.

De acordo com o ministro, é justificada a qualificação de Rivaldo como autor do delito porque, apesar de não ter idealizado o crime, ele “foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências”.

Moraes afirma que Rivaldo, então diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, adere ao crime antes mesmo dos executores Edmilson Macalé e Ronnie Lessa, sendo um dos arquitetos, na companhia dos irmãos Brazão, do crime. Ele chegou a fazer a exigência, que seria repassada aos executores, de que a morte não poderia se originar da Câmara dos Vereadores.

Para Moraes, a investigação dos homicídios de Marielle Franco e de Anderson Gomes foi, antes mesmo da prática do delito, talhada para ser natimorta -justamente pelo ajuste prévio dos autores com o então responsável pela apuração de homicídios no Rio de Janeiro.

“Coincidência, ou não, o crime fora executado um dia após à posse de Rivaldo Barbosa na função de Chefe de Polícia”, afirma trecho da decisão.

Ainda de acordo com os documentos, houve promessa de recompensa idealizada pelos irmãos Brazão e aceita pelos suspeitos de serem executores do crime, Macalé e Lessa, de implementação e comando “de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à Família Brazão, nas adjacências da Estrada Comandante Luís Souto, no bairro da Praça Seca [zona oeste do município do Rio]”.

Segundo Moraes, os dois encomendaram o assassinato de Marielle por divergência sobre regularização fundiária e defesa do direito à moradia.

Foram dois serviços contratados pelos irmãos. Um dele foi o assassinato em si, praticado pelo ex-policial militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa. O outro foi uma garantia de impunidade por meio da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, comandada por Rivaldo Barbosa.

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