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Política & Poder

Defesa de Silvinei critica CPI do 8/1 e pede apuração de mensagens vazadas

Mensagens mostram que Silvinei pediu a Bolsonaro para que ele se encontrasse com Maurício Junot de Maria, representante da empresa Combat Armor, acusada de fraude em licitações para venda de blindados à PRF

Redação Jornal de Brasília

31/08/2023 13h04

Foto: Agência Brasil

(UOL/FOLHAPRESS)

A defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), criticou a CPMI dos atos golpistas pelo vazamento de mensagens trocadas por Silvinei com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusou a comissão de uso político.

Advogados dizem que a CPMI vazou conversas que não são objeto de investigação. Mensagens mostram que Silvinei pediu a Bolsonaro para que ele se encontrasse com Maurício Junot de Maria, representante da empresa Combat Armor, acusada de fraude em licitações para venda de blindados à PRF.

A defesa do ex-diretor da PRF quer que o MP investigue o vazamento. Os advogados alegam que houve “dolo” e “indignidade” no exercício da função pública por integrantes da CPMI dos ataques de 8 de janeiro.

“Cabe o registro de que as transferências de dados sigilosos do Noticiante, por não envolverem o objeto da CPMI, lançaram sobre a defesa a impressão de qual conduta teria o condão de uso político e vazamento à imprensa. O que parece ter ocorrido no caso concreto”, afirma trecho de notícia-crime apresentada pela defesa de Silvinei Vaques ao MP.

QUEM É SILVINEI VASQUES

Considerado um “bolsonarista” dentro da PRF, ele foi nomeado para o cargo mais alto da corporação em abril de 2021. A indicação do nome partiu do senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Vasques só deixou o cargo em 20 de dezembro, faltando 11 dias para o fim do governo. Três dias depois, a PRF concedeu aposentadoria voluntária a ele, que tinha 47 anos na época. Sua aposentadoria é integral, o que significa que ele segue recebendo o mesmo valor de quando exercia o cargo, algo em torno de R$ 23 mil. O MP pediu ao TCU a suspensão do benefício.

Ex-diretor da PRF entrou na corporação em 1995. Natural de Ivaiporã (PR), ele é graduado em Ciências Econômicas, em Direito e em Administração de Empresas.

Antes de se tornar chefe da PRF, era superintendente da corporação no Rio de Janeiro. Também foi coordenador-geral de operações e superintendente em Santa Catarina. Ele também exerceu o cargo de secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC).

Foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça no ano passado. O evento contou com a presença de Bolsonaro. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.

Ele editou uma portaria para revogar o funcionamento e as competências das Comissões de Direitos Humanos da PRF. Dias depois, uma ação de agentes em Umbaúba (SE) resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, um homem negro de 38 anos. Ele foi abordado e colocado em uma viatura onde foram lançadas bombas de gás lacrimogênio. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi “insuficiência aguda secundária a asfixia”.

Vasques também foi condenado por agredir um frentista em 2000, em Goiás. O homem teria se recusado a lavar um carro da corporação e recebeu socos do policial. Por causa disso, a União foi obrigada a pagar uma indenização de R$ 50 mil, conforme mostrou reportagem do UOL de 2021 -na ocasião, a PRF sustentou que ele tinha direito à ampla defesa, e que, caso seja “condenado em todas as instâncias, o mesmo irá arcar, de forma imediata, com o dever de ressarcir a União”.

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