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Política & Poder

Defesa de Sara usa prisão de blogueiro do MBL para pedir anulação de provas

Sara é investigada em dois inquéritos sigilosos do STF. O primeiro mira o chamado ‘gabinete do ódio’, que seria formado por assessores próximos ao presidente Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

13/07/2020 6h17

A defesa da extremista Sara Giromini afirmou que irá pedir a anulação de provas apresentadas contra ela na CPI das ‘fake news’ após a prisão do empresário Carlos Augusto de Moraes Afonso, o ‘Luciano Ayan’, do Movimento Brasil Livre (MBL). Segundo os advogados, Ayan teria apresentado documentos à comissão que também embasariam parte dos inquéritos contra Sara no Supremo Tribunal Federal.

“A defesa de Sara Giromini e dos demais presos de forma arbitrária, abusiva e ilegal, informa ainda que tomará, a partir de segunda-feira (13/07), todas as medidas cabíveis no âmbito dos inquéritos 4781 e 4828, por tudo que já plenamente conhecido, e agora com mais essas evidências, requerer o seus imediatos arquivamentos, pela total e inequívoca imprestabilidade de provas e vícios de nulidade insanáveis”, escreveu a defesa, em nota.

Não são informadas, contudo, quais seriam as provas ‘contaminadas’ e quais informações Ayan teria repassado à comissão. O empresário foi preso na sexta por envolvido em esquema de lavagem de dinheiro que usava plataforma de pagamentos do Google e Superchat do YouTube.

A investigação fala em uma ‘nova técnica de lavagem de capitais com valores relevantes e sem lastro de origem’. “Podemos denominar de doações de cifras ocultas, isto é, dinheiro que não passa pelo sistema bancário das pessoas que estão sob o radar da investigação, justamente de forma a proporcionar, de forma mais eficiente, a ocultação da origem dos valores”, diz o MP.

Sara é investigada em dois inquéritos sigilosos do STF. O primeiro mira o chamado ‘gabinete do ódio’, que seria formado por assessores próximos ao presidente Jair Bolsonaro, influenciadores e blogueiros bolsonaristas e empresários que atuam de forma coordenada e velada no financiamento e disseminação de ‘fake news’ e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte. Nesta investigação, Sara foi alvo de buscas e apreensões.

Em outro inquérito, a extremista foi presa por integrar suposta associação criminosa que visa obter ganhos financeiros e políticos com atos antidemocráticos em Brasília. Sara ficou detida por dez dias e foi solta por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que lhe impôs o uso de tornozeleira eletrônica e diversas medidas restritivas, como uma distância mínima de um quilômetro da sede do Congresso Nacional e do STF.

A extremista liderava um acampamento em Brasília que se chamava ‘300 do Brasil’. Em depoimento, Sara negou que o grupo recebia dinheiro público. “O grupo dos ‘300 do Brasil’ apoiam o presidente Bolsonaro, mas não recebem nenhum tipo de apoio financeiro ou de outra espécie do governo”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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