O senador Almeida Lima (PMDB-SE) quase paralisou o processo de votação das medidas provisórias que obstruem a pauta do Senado, stomach bem como a sessão do Congresso convocada para apreciar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Irritado por ter recebido só ao meio-dia de hoje o material que embasa o pedido de nova perícia nos documentos apresentados ao conselho pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o peemedebista sergipano recusou-se em participar de reunião entre a comissão de relatores do Conselho de Ética.
A comissão, composta pelo presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), e outros três relatores – Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE), discutiam o detalhamento dos documentos que serão encaminhados amanhã à Mesa Diretora para que seja requerida à Polícia Federal novas perícias nos documentos apresentados por Renan Calheiros com o objetivo de comprovar que tinha rendimentos suficientes para pagamento de pensão de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso.
No início da noite, o senador sergipano foi ao plenário do Senado e exigiu que o presidente em exercício, Magno Malta (PR-ES), suspendesse a reunião da comissão com Leomar Quintanilha. O regimento interno do Senado proíbe qualquer reunião deliberativa de comissões enquanto o plenário estiver reunido para deliberar matérias da pauta.
“Não vou ceder a pressão de quem quer que seja e não serei nem Maria nem João vai com as outras”, afirmou o senador ao criticar os colegas que, a seu ver, estariam sob influência de “órgãos extra-Senado” para atropelar o processo de julgamento da representação contra Renan Calheiros.
No momento de suas declarações em plenário, por acordo de líderes, estava em apreciação a Medida Provisória 365 que abre crédito extraordinário de R$ 5,2 bilhões à Caixa Econômica Federal (CEF) para aplicação em obras de saneamento básico. As declarações de Almeida Lima levaram os outros dois relatores e o presidente do conselho ao plenário para darem andamento a um debate que, até então, era conduzido no âmbito do colegiado.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), por sua vez, ameaçou “bombardear” a sessão em andamento, bem como obstruir a sessão do Congresso Nacional caso a solicitação de Almeida Lima fosse acatada pela Mesa Diretora. A relatora Marisa Serrano também reagiu: “não queríamos chegar a tal estágio, mas também temos as nossas armas e uma delas é pedir a verificação de quorum”, ameaçou ao criticar o que considerou uma tentativa de protelar o andamento do processo por parte de Almeida Lima.
O problema foi contornado com o compromisso assumido por Magno Malta de a Mesa Diretora reunir-se e deliberar sobre o pedido do Conselho de Ética, amanhã, assim que receber a documentação que será encaminhada por Quintanilha. Ao meio dia de amanhã está marcada reunião do presidente do Conselho de Ética com a comissão para oficializar o pedido de nova perícia.