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Política & Poder

CPI vai pedir esclarecimentos sobre aglomeração em evento com Bolsonaro, diz Randolfe

“Eu gostaria que estivesse com a mesma coragem de hoje na CPI”, disse Randolfe sobre Pazuello. O ex-ministro apareceu sem máscaras, e senadores consideraram uma afronta

Redação Jornal de Brasília

24/05/2021 8h45

Bolsonaro no Rio de Janeiro

Foto: Andre Borges/AFP

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou neste domingo (23) que a comissão vai pedir informações ao governo e à prefeitura do Rio de Janeiro sobre a aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro. Pela manhã, Bolsonaro passeou de moto e depois participou de ato político com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que já foi ouvido pela CPI.

Os senadores que integram o grupo majoritário da CPI, inclusive, enxergaram a participação de Pazuello no passeio como uma afronta à comissão. Isso porque o ex-ministro disse em depoimento que apoiava o uso de máscaras como medida para prevenir a infecção pelo coronavírus. Porém, no ato, esteve sem máscara ao lado do presidente.

Além disso, integrantes da cúpula do Exército avaliaram como descabida a participação de Pazuello no ato e esperam punição, conforme afirmaram reservadamente à Folha generais do Alto Comando da Força. Mesmo antes do evento deste domingo, o grupo majoritário da CPI já havia definido pela reconvocação do general, por causa da série de mentiras que foram ditas durante sua oitiva, na quarta-feira (19) e quinta-feira (20).

“Eu gostaria que estivesse com a mesma coragem de hoje na CPI. O general Eduardo Pazuello fez hoje uma escolha de ser o primeiro personagem declaradamente indiciado da CPI”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Se essa CPI não pedir o indiciamento do ex-ministro, ela não terá razão de existir. Componha o depoimento dele com os fatos de hoje e você terá aí os movimentos para isso. Pazuello foi incluído no rol dos indiciados, não por mim, não pelo Renan [Calheiros, relator da comissão], mas pelos atos dele”, completou.

“Vamos pedir informações do governo do estado do Rio e da prefeitura se houve autorização para este evento de hoje. Se não houve, cobraremos quais as providências serão tomadas para responsabilizar o presidente da República por conta da clara infração à ordem sanitária”, disse ainda Randolfe.

Opinião semelhante tem o senador Humberto Costa (PT-PE), também membro da CPI, que classificou como um “deboche” à população e um ato para tentar desmoralizar a CPI a aglomeração realizada no Rio de Janeiro. “Eu acho que está debochando da população, tentando desmoralizar a CPI, cometendo reiteradamente crime contra a saúde pública. Parlamento, Judiciário e Ministério Público têm que se posicionar sobre isso”, afirmou. Com Folhapress

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