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Política & Poder

CPI: Luís Ricardo confirma encontro com Bolsonaro

Segundo Miranda, a única ameaça que ele sofreu após as denúncias foi do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni

Geovanna Bispo

25/06/2021 17h42

Foto: Agência Senado

Em depoimento nesta sexta-feira (25), o ex-chefe de Importação do Departamento de Logística em Saúde, do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Fernandes Miranda, confirmou que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para relatar a pressão e possíveis irregularidades no contrato do imunizante indiano Covaxin. Segundo Miranda, a reação de Bolsonaro a revelação foi de se comprometer em acompanhar a documentação e movimentações.

Segundo Miranda, a única ameaça que ele sofreu após as denúncias foi do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, que afirmou, na última quinta-feira (24), que irá pedir abertura de um procedimento administrativo disciplinar junto à Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar a conduta de Luís Ricardo. “O servidor será investigado por prevaricação”, afirmou Lorenzoni.

“O senhor Luis Miranda diz que havia um contrato entre o governo brasileiro e a empresa A, Bharat Biotech, e que apareceu uma nota fiscal de uma compra por meio da Madison Biotech. A Madison nada mais é do que a subsidiária da Bharat Biotech, localizada em Cingapura, responsável por todos os contratos da Bharat Biotech no comércio internacional. Portanto, não existe uma terceira empresa”, continuou o ministro.

A sessão começou com uma hora e meia de atraso, já que Luís Ricardo precisou acompanhar o transporte da doação de três milhões de doses do imunizante da Jassen dos Estados Unidos ao Brasil.

Denúncia

Na última terça-feira (22), o deputado revelou que durante negociações para compra da vacina Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech, houveram “pressões anormais” a seu irmão. Segundo Miranda, o governo de Jair Bolsonaro comprou o imunizante com uma valor cerca de 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante.

Tudo ocorreu no final de fevereiro, período em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não havia autorizado a importação do imunizante, que apenas aconteceu no início deste mês.

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Luís Ricardo disse que o governo o pressionou para a compra da vacina e para favorecer a Precisa Medicamentos, empresa que intermediava o processo. Vale lembra que a empresa já está na mira da CPI, que já quebrou os sigilos de um de seus sócios, Francisco Emerson Maximiano.

Esperava-se que Maximiano falasse a Comissão na última quarta-feira (23), porém, um dia antes, a defesa do empresário alegou que ele não poderia prestar depoimento porque está em quarentena após voltar de uma viagem à Índia.

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