O Senador Izalci Lucas (PSDB-DF) é acusado de cometer o crime de peculato entre 2009 e 2010, enquanto era chefe da Secretaria de Ciência e Tecnologia. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou o parlamentar por desvio de computadores doados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A denúncia foi recebida em 1º de agosto de 2018, oito anos após o ocorrido. Portanto, a pena imposta de dois anos e oito meses de prisão em regime aberto prescreveu e a determinação não pode ser cumprida. O Ministério Público vai recorrer da decisão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, em 2009, Izalci solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a doação de 200 computadores. O material seria usado em um projeto social, conforme o parlamentar. As investigações mostraram que pelo menos 20 computadores pararam no comitê eleitoral de Izalci, na campanha de 2010, quando ele se elegeu deputado federal.
Funcionários da ONG que receberam os demais computadores confirmaram que viram parte do material no comitê. Segundo o MP, o parlamentar desviou a doação para benefício próprio, por isso, o órgão denunciou Izalci por peculato.
Em depoimento à Justiça, Izalci Lucas negou as acusações e disse que os equipamentos doados nunca foram usados no comitê e que as fotos anexadas no processo eram montagens para prejudicá-lo. Ele alega que foi vítima de um grupo que tentou caçar o mandato dele de deputado federal e recorrerá ao Tribunal de Justiça.
O Ministério Público entrou com um recurso pedindo o aumento da pena e, consequentemente, o aumento no prazo de prescrição. A Procuradoria-Geral da República, que apresentou a denúncia em 2017, não quis se manifestar sobre a demora.
