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Política & Poder

Caso PROS: Tesoureiro do partido em Goiás teria sido indicado por irmã de desembargador, suspeito de vender sentença

Presidente do PROS Goiás justifica que Reginaldo é locutor e recebe vários cantores, caso do filho da irmã do desembargador

Redação Jornal de Brasília

14/07/2022 12h19

Atualizada 15/07/2022 17h05

O tesoureiro do PROS Goiás Reginaldo Dias Souto, que assumiu o cargo no último dia 5 de julho, teria sido indicado pela irmã do desembargador Diaulas Costa Ribeiro, que decidiu favoravelmente à destituição do mandatário Eurípedes Júnior para posse Marcus Holanda na direção nacional. A informação foi repassada por um membro da legenda e afirma que Reginaldo é próximo ao filho da mulher.

João Fernando Costa Ribeiro Dinofre, filho de Raquel Costa Ribeiro – irmã do desembargador –, aparece em um vídeo tocando violão com Reginaldo Dias Souto, tesoureiro do PROS. A publicação foi feita no Instagram do próprio Reginaldo, em 17 de maio.

O presidente estadual da sigla Dhone Rodrigues, que também assumiu a presidência em 5 de julho, afirmou ser “mentira” e “maldade” associar Reginaldo ao caso. “O Reginaldo é locutor de rodeio há muitos anos e recebe várias pessoas. Eu já vi o vídeo, não tem nada a ver. O filho da irmã do desembargador é músico, viaja com um maestro. Não tem relação”, garante. Questionado se ele conhece Raquel ou o filho dela, o líder estadual do PROS afirma que não.

Saiba mais sobre o caso

Na última terça-feira (12), o jornal Folha de S.Paulo divulgou a suspeita de um possível acerto de R$ 5 milhões para que o desembargador desse a sentença favorável a Holanda. Esta teria ocorrido por articulação da irmã do magistrado, Raquel Costa Ribeiro, que indicou uma advogada para atuar no caso (Cristiane Damasceno, atual presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB) – uma vez que ela não poderia aparecer.

Por nota, o desembargador disse à Folha que nunca recebeu proposta criminosa e que não tem relação com a irmã há duas décadas. Raquel, em um primeiro momento, disse não ter contato com o irmão. Depois, conformou que teve um encontro com ele, mas negou qualquer irregularidade.

PROS nacional

Vice-presidente do PROS nacional, Amauri Pinho foi advogado até o fim do processo. Ele revela que substabeleceu o caso para Cristiane apenas para que ela pudesse fazer a sustentação oral. De acordo com ele, inclusive, nunca tinha ouvido falar na advogada Raquel. “Juridicamente estamos bem tranquilos. Politicamente acaba abalando…”

Em relação a Goiás, ele afirma que não conhece nem o presidente estadual da sigla Dhone Rodrigues – muito menos o tesoureiro Reginaldo. “Até onde sei, Dhone tem ligação com o ex-governador Marconi Perillo”, revelou sobre o líder da sigla.

Sobre o desembargador, ele afirma que Diaulas é conhecido pela seriedade. “Tenho absoluta convicção que jamais houve nada além de especulações. O próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) já entendeu como prova ilícita essas conversas de WhatsApp, pois podem ter trechos apagados e tirados de contexto.” Amauri argumenta, ainda, que antes de “aparecerem esses advogados [Cristiane], o desembargador já tinha feito a minuta do processo”.

Cristiane Damasceno

Após a publicação da reportagem, a advogada Cristiane Damasceno afirmou através de nota que advoga para Marcus Holanda desde fevereiro e para o Pros desde março. Ela desconhece e repudia os ilícitos citados pela reportagem e, caso comprovados, repudia seu cometimento. Comprovam a prestação dos serviços de advocacia as petições, memoriais, sustentação oral e reuniões com o cliente, desembargadores do TJDFT e Polícia Federal.

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