O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) saiu em defesa do colega parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por atentar contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Na quinta-feira (11), o STF adiou o julgamento das denúncias contra Daniel e, com isso, ele segue preso, sem chances de liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica.
Para Eduardo, “rasgou-se a lei”. “A lei é recheadas de dispositivos que dizem que, em caso de réu preso, como é Daniel, será dada celeridade ao julgamento. Porém, ontem, mais uma vez, rasgou-se a lei”, disse o deputado. “De fato vivemos tempos estranhos”, finalizou.
O “filho 03” acredita que o caso de Daniel deveria ser julgado com maior rapidez.
Na sessão no STF que adiou o julgamento, houve bate-boca entre os ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. O entrave foi tamanho a ponto de Mello chamar Moraes de “xerife”.
Isso porque Moraes adiou a pauta por ter dado mais 15 dias para manifestação da defesa de Daniel — os advogados do deputado alegaram não terem tido acesso aos autos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Marco Aurélio Mello questionou, e Alexandre treplicou de forma ríspida:
“Se for assim, amanhã trago uma lista de processos em que queira me manifestar”, disse Moraes, que falou ainda que a postura de Marco Aurélio era desrespeitosa. “Não tive a intenção de desrespeitar o relator, ainda mais se for um xerife”, respondeu Mello.
“O que ocorreu no caso é que a defesa perdeu o prazo de manifestação e o relator, em uma atitude de privilegiar a ampla defesa, não certificou o trânsito em julgado e aceitou a justificativa da defesa. Eu entendo que o relator é soberano”, defendeu Dias Toffoli, ao pedir fala na discussão. “Não posso silenciar e ser colocado como disse Toffoli em uma camisa de força, não aceito mordaça”, respondeu Marco Aurélio.
Mello seguiu e acusou Fux de estar coagindo com Moraes e Toffoli. “Os tempos são estranhos, e vosssa excelência colabora para serem mais estranhos ainda.”