A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que não sabe quem mandou aumentar a produção de cloroquina no ano passado, em meio à pandemia de covid-19. Mayra, a “Capitã Cloroquina”, depõe à CPI da Pandemia nesta terça-feira (25).
Mayra foi perguntada sobre o tema pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). A secretária iria se alongar na resposta, mas foi orientada a responder objetivamente. Assim, ela explicou apenas que não sabe quem ordenou o aumento da produção.
A secretária é conhecida como “Capitã Cloroquina” por, desde o início da pandemia, defender o uso de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina contra a covid-19. Nenhuma das drogas é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mayra é mais uma a afirmar que não sabe de quem partiu a ordem para que o laboratório do Exército Brasileiro aumente a produção de cloroquina. Antes, os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello também seguiram a mesma linha de declaração, bem como o atual ministro, Marcelo Queiroga.
Mandetta, no entanto, disse acreditar que partiu do governo federal a ordem. “Provavelmente foi uma determinação feita, na minha época como ministro, à margem do Ministério da Saúde”. O ex-ministro disse ainda que não era necessário aumentar o estoque de cloroquina mesmo se ela fosse ministrada a pacientes com covid. “A cloroquina nos é produzida regularmente para uso a que se convém, que é malária ou lúpus, pela Fiocruz, e nós tínhamos já a quantidade necessária para aquilo que se presta.”
“Ela não é um medicamento difícil de ser comprimido. Nós tínhamos um estoque muito bom de cloroquina para atravessarmos aquele momento no que dizia respeito ao que ela necessitava, mesmo que usássemos para os pacientes de ambientes hospitalares.”