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Política & Poder

Bolsonaro vê reveses em série de aliados, de Cid e Torres a Silvinei e Zambelli

Vasques foi preso em uma operação sobre as suspeitas de interferência da corporação no segundo turno das eleições presidenciais de 2022

Redação Jornal de Brasília

09/08/2023 14h10

Foto: AFP

São Paulo, SP (Folhapress)

Desde que foi declaro inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por suas mentiras e ataques ao sistema eleitora, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem visto alguns de seus principais aliados acumularem reveses da mesma forma.

O alvo mais recente é o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques. Ele foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (9) em uma operação sobre as suspeitas de interferência da corporação no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Também estão na lista de aliados de Bolsonaro em baixa a deputada federal Carla Zambelli, o ex-ministro Anderson Torres e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Abaixo, entenda a situação de cada um deles:

Silvinei Vasques

Preso pela PF, Silvinei foi um dos subordinados mais próximos de Bolsonaro e chegou a ser convocado no dia do segundo turno pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para dar explicações sobre a atuação da PRF sob risco de prisão.

A Folha de S.Paulo revelou que a PRF ampliou naquele dia o número de abordagens a ônibus, descumprindo uma decisão do TSE que havia proibido operações que envolvessem transporte público.
Também no dia do segundo turno Silvinei pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais. Publicou uma imagem da bandeira do Brasil com as frases “Vote 22. Bolsonaro presidente”. Apagou depois a postagem.

De acordo com a PF, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro do ano passado. Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início daquele mês.

No segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado principalmente à região Nordeste. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal.

São também apurados os crimes listados no Código Eleitoral como de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato.

Carla Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 2 de agosto que prendeu Walter Degatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”. Agentes realizaram buscas no gabinete na Câmara dos Deputados e endereços residenciais da parlamentar.

Zambelli e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava Moraes, do STF, e que resultou na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Zambelli afirmou à imprensa que existe uma tentativa de envolver Bolsonaro no contexto das investigações contra ela. A deputada disse que não há ligação entre o caso e o ex-presidente. A parlamentar prestaria depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (7), mas a defesa pediu o adiamento, por não ter tido acesso aos autos da investigação.

Anderson Torres

O ex-ministro Anderson Torres compareceu de tornozeleira eletrônica para prestar depoimento à CPI do 8 de janeiro nesta terça-feira (8). O uso do equipamento foi uma das condições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes em maio passado para que ele deixasse o Batalhão da Polícia Militar e fosse para a prisão domiciliar.

Torres foi um dos principais apoiadores das investidas antidemocráticas de Jair Bolsonaro (PL) quando era ministro da Justiça. Ele é um dos investigados no inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar possíveis autoridades omissas nos ataques em Brasília.

O ex-ministro afirmou aos deputados que a minuta golpista encontrada em sua casa é “fantasiosa” e que não sabe quem redigiu o texto porque recebia documentos de “diversas fontes”.

O documento golpista, revelado pela Folha de S.Paulo, foi encontrado no armário da casa dele durante busca e apreensão feita pela Polícia Federal em janeiro. A proposta de decreto dava a Bolsonaro o poder de instaurar estado de defesa na sede do TSE.

Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid está preso desde maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele é alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal) e em outras instâncias, incluindo o caso das joias enviadas ao ex-mandatário por autoridades da Arábia Saudita.

Em julho, ele compareceu à CPI do 8 de janeiro, mas permaneceu em silêncio. No mesmo mês, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações atípicas na conta de Cid e indícios de lavagem de dinheiro no envio de R$ 367 mil aos EUA.

Os parlamentares da CPI tiveram acesso a trocas de emails entre funcionários da ajudância de ordens da Presidência que indicam que Bolsonaro recebeu, em outubro de 2022, um envelope e uma caixa com pedras preciosas para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Documentos enviados à comissão, revelados pelo jornal O Globo, indicam que Cid tentou vender um relógio da Rolex recebido por Bolsonaro em 30 de outubro de 2019 durante almoço oferecido pelo rei da Arábia Saudita à comitiva brasileira.

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