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Política & Poder

Bolsonaro usa fim do horário de verão para agradar a bancada evangélica

Aline Rocha

15/04/2019 14h11

José Cruz/Agência Brasil

Projeto que encerra o horário de verão foi apresentado em março pelo deputado federal João Campos (PRB-GO) ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A proposta do parlamentar foi aceita e, desde então, com o enfraquecimento do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), Campos vem sendo cotado como possível substituto. Bolsonaro viu nessa possibilidade uma forma de fazer um aceno ao grupo, no qual Campos tem bastante influência.

De acordo com Campos, acabar com a norma é necessário devido aos “problemas de saúde”, “transtornos” e “desconfortos” que o horário de verão pode trazer à população. De acordo com ele os brasileiros se incomodam com o decreto em razão de terem de acordar mais cedo e conviverem com a “sonolência, fadiga e irritabilidade por quatro meses”.

Bolsonaro anunciou o fim do horário de verão e afirmou que tomou a decisão baseado em análises de profissionais. “Após estudos técnicos que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, do aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população, decidimos que não haverá Horário de Verão na temporada 2019/2020”, decretou o presidente.

De acordo com levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o ato economiza de 4% a 5% de energia no período em vigor. Para o deputado federal, isso não é o suficiente. “Os transtornos causados são muito maiores que a energia economizada”, comentou Campos.

Para o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Manoel Rangel, “não há ciência” sobre o horário de verão para os estudos da meteorologia. O especialista acredita que a medida não tinha “razão racional nenhuma” e que era uma “bobagem”. “Outra reclamação recorrente da população diz respeito à falta de segurança durante a madrugada, quando muitos já estão a caminho do trabalho ou da escola”, salientou.

Esta não foi a primeira vez que João Campos apresentou a ideia. Em 2011, o parlamentar levou o projeto ao Congresso Nacional, mas a proposta não prosperou no legislativo.

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