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Política & Poder

Bolsonaro: ‘os que me antecederam roubaram bilhões, mas foram julgados por Moro’

Bolsonaro exaltou atuação do ministro da Justiça e Segurança Pública. Molon fez duras críticas à postura do chefe do Executivo

Willian Matos

24/09/2019 12h54

O presidente Jair Bolsonaro fez um elogio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em seu discurso na abertura da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na manhã desta terça-feira (24).

Bolsonaro afirmou que presidentes que o antecederam “desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto”, mas foram “julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o Doutor Sérgio Moro.”

O mandatário brasileiro, ao dizer que o Brasil reafirma seu compromisso com os direitos humanos e com a defesa da democracia, afirmou que esses valores “caminham juntos” com o combate à corrupção e à criminalidade. Bolsonaro disse que, devido a medidas tomadas em seus primeiros meses de governo, o número de homicídios no País caiu mais de 20%. O presidente também mencionou a extradição do italiano Cesare Battisti para a Itália e disse que “terroristas sob o disfarce de perseguidos políticos não mais encontrarão refúgio no Brasil.”

O presidente prometeu seguir contribuindo, dentro e fora das Nações Unidas, para a construção de um mundo sem impunidade e sem “esconderijo ou abrigo para criminosos e corruptos”, e disse que o Brasil está, hoje, mais seguro e hospitaleiro. “Com mais segurança e com essas facilidades, queremos que todos possam conhecer o Brasil”, afirmou o presidente, citando que o País já estendeu isenção de vistos para Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá e estuda adotar medidas similares para outros países, como China e Índia.

Bolsonaro foi o oitavo presidente brasileiro a discursar na Assembleia Geral. Foto: Carlo Allegri/Reuters

Estabelecemos agenda para resgatar papel do Brasil no mundo, 

Bolsonaro também endereçou questões de relações internacionais em seu discurso. “Reafirmo nossa disposição de manter contribuição concreta às missões da ONU, inclusive no que diz respeito ao treinamento e à capacitação de tropas, área em que temos reconhecida experiência”, disse o presidente, que logo depois introduziu sua agenda internacional “com o intuito de resgatar o papel do Brasil no cenário mundial e retomar relações com importantes parceiros”.

Na sequência, o líder brasileiro fez um resumo de todas as parcerias comerciais internacionais que já firmou desde que eleito, relembrando, principalmente, que “junto com o presidente argentino Mauricio Macri e nossos sócios do Uruguai e Paraguai, afastamos do Mercosul a ideologia e conquistamos importantes vitórias comerciais ao concluir negociações que já se arrastavam por décadas”. Bolsonaro também afirmou que está “ansioso” para visitar parceiros na África, Oceania, Europa, mundo árabe e Ásia.

“Essas visitas reforçarão a amizade e o aprofundamento das relações com Japão, China, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar. Pretendemos seguir o mesmo caminho com todo o mundo árabe e a Ásia”, disse o presidente.

“Como os senhores podem ver, o Brasil é um país aberto ao mundo, em busca de parcerias com todos os que tenham interesse de trabalhar pela prosperidade, pela paz e pela liberdade”, concluiu o mandatário brasileiro antes de se encaminhar para o final de seu discurso.

Bolsonaro ‘apequenou’ o Brasil na ONU

O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), fez duras críticas ao discurso de Jair Bolsonaro feito na manhã desta terça-feira, 24, em Nova York (EUA). Para Molon, o presidente “apequenou” o Brasil. “Ele deixou transparecer como conduz o País ao isolamento com sua cegueira ideológica”, avaliou.

Molon não poupou palavras para criticar Bolsonaro. Foto: Divulgação/Alessandro Molon

Em uma fala de aproximadamente meia hora, o presidente da República fez sua estreia na Assembleia Geral da ONU dizendo que há falácias sobre a Amazônia, citando a Venezuela, atacando o que ele chama de ambientalismo “radical”, indigenismo “ultrapassado” e socialismo.

“O presidente mentiu descaradamente sobre a situação da Amazônia, atacou países parceiros e posou de republicano e duro contra a corrupção, quando persegue minorias, é conivente com desvios e interfere em instituições pra dificultar o combate à corrupção”, completou Molon.

Estadão Conteúdo

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