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Política & Poder

Bolsonaro, inelegível e na mira da PF, fala em passar por 2024 para chegar a 2026

Ex-presidente faz campanha por aliado em Belém, diz que foi tirado do Planalto pelo ‘sistema’ e que ‘vamos vencer e voltar’

Redação Jornal de Brasília

30/06/2024 17h48

Foto: AFP

CATARINA SCORTECCI
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 depois de ter sido condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse em Belém neste domingo (30) que “vamos vencer e voltar àquele período que experimentamos há pouco, de paz e de prosperidade”.

“Mas, para chegar em 2026, temos que passar por 2024. Por todos os municípios do Brasil”, disse ele, em referência às eleições deste ano.

Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (PL) estiveram em Belém para participar do lançamento da pré-candidatura do deputado federal Delegado Éder Mauro (PL-PA) à prefeitura da cidade. O parlamentar também é o presidente do PL no estado.

Os apoiadores receberam o ex-presidente no aeroporto da capital paraense e seguiram em motociata até a região da Doca, onde Bolsonaro discursou em cima de um caminhão de som.

Condenado pelo TSE e tornado inelegível em dois processos, por mentiras e ataques ao sistema eleitoral e por abuso de poder e campanha com dinheiro público nas comemorações do Dia da Independência, Bolsonaro também está na mira da Polícia Federal em diferentes inquéritos -como a investigação sobre os planos golpistas após as eleições de 2022 e a fraude no cartão de vacinação.

Na última semana, a PF analisava dados encontrados em celulares do advogado Frederick Wassef para concluir nos próximos dias a investigação sobre a venda de joias pelo ex-presidente.

Para a PF, Bolsonaro utilizou a estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras. Após o caso ser revelado, em 2023, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que o ex-presidente devolvesse as joias que ganhou.

Neste domingo, o ex-presidente afirmou em seu discurso que “recebe carinho” em “todo lugar do Brasil” e que, mesmo com “perseguições e ameaças”, “eu prefiro estar do lado do meu povo que nunca me abandonou”.

Bolsonaro também afirmou que “estávamos no caminho certo” e que “algo aconteceu no final de 2022”.

“Não foram vocês que me tiraram de lá. Foi o sistema. Mas nós vamos vencer o sistema”, disse ele, em um discurso de cerca de dez minutos. “Nosso futuro passa por cada um de nós. Não existe salvador da pátria. Quem vai resgatar este Brasil é cada um de nós”, continuou ele.

Depois da passagem por Belém, Bolsonaro anunciou uma série de viagens pelo Pará para apoiar pré-candidatos aliados. Na segunda-feira (1º) pela manhã, ele estará na cidade de São Geraldo do Araguaia. No período da tarde, em Marabá. Na manhã de terça-feira (2), ele segue para Parauapebas.

Sem citar o nome do presidente Lula (PT), Bolsonaro também disse em Belém que o atual mandatário é “um presidente sem povo” e que “nem o nordestino engole este cara”.

Também disse que os ministros de Lula são “incompetentes ou ficha suja” e que botou um “ponto final na corrupção”. “Vocês não viram corrupção no meu governo. Hoje todo dia tem um escândalo”, declarou.

O ex-presidente também enumerou o que considera realizações da sua gestão. Disse que aumentou o valor do Bolsa Família e que revolucionou a economia com a criação do Pix. Também afirmou que acelerou o processo de aberturas de empresas e revogou normas.

Segundo ele, sua gestão “mostrou ao mundo” que “ninguém tem reservas minerais como nós, ninguém tem terras agricultáveis como nós, água potável, beleza natural, clima aprazível, e um povo ordeiro e trabalhador”. Também disse que o Pará “é o estado mais rico do Brasil, até do Amazonas, ouso dizer”, e que nada justifica “o povo viver num estado de dificuldades”.

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