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Política & Poder

Bolsonaro diz que povo “merece sofrer” se votar em Lula

Nos bastidores, Bolsonaro já trabalha para evitar que Lula cresça em grupos específicos, enquanto o petista evita cantar vitória

Redação Jornal de Brasília

19/04/2021 11h04

Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (19) que quem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022 “merece sofrer”. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações de Lula.

“Foi 8 a 3 o placar lá. Você interprete como quiser. Agora, pelo amor de Deus, o povo que por ventura vote em um cara desses, é um povo que merece sofrer”, disse Bolsonaro. Na última quinta-feira (15), por 8 a 3, os ministros do STF afirmaram que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os processos contra Lula.

O chefe do Executivo brasileiro também criticou a Rede Globo. “Eu fui eleito em uma situação inacreditável. E o pessoal dizia que: ‘ninguém aguentaria dois meses com a Globo batendo. Estou com dois anos e quatro meses. E não admito que chamem a Globo de lixo. Lixo é reciclável.”

Nos bastidores, Lula tem evitado cantar vitória com a decisão do STF. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo. Ainda há um passo importante na conquista à liberdade política. Nesta semana será julgada a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que não apenas anularia as sentenças, mas abriria a possibilidade de invalidar as provas de todos os processos.

Mesmo ainda não podendo comemorar, Lula considera que já obteve uma vitória moral ao tornar perceptível que Moro foi parcial em seus julgamentos. Para o petista, a decisão que o STF tomar na semana que vem não muda esta realidade. A informação é da colunista Mônica Bergamo.

Bolsonaro testa retórica anticorrupção

O presidente tem sido aconselhado a se antecipar na articulação à reeleição para evitar que Lula avance. Antes mesmo de o STF lhe dar de volta os direitos, o ex-presidente já vinha conversando com frentes das igrejas católica e evangélica, público que representa grande parte dos eleitores de Bolsonaro.

O jantar com um grupo de empresários, promovido no início de abril, foi o primeiro movimento de Bolsonaro na tentativa de desarmar uma ameaça de debandada. A ideia é que o encontro ocorra a cada dois meses partir de agora. E que, nas próximas edições, inclua perfis diferentes de empresários, muitos dos quais não afinados ao presidente.

Além do esforço para evitar perda de apoio no setor empresarial, o presidente avalia fazer, no segundo semestre, uma espécie de périplo por templos evangélicos e reforçar já neste momento que, desta vez, cumprirá a promessa de indicar um jurista “terrivelmente evangélico” para o Supremo.

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