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Política & Poder

Bolsonaro, após 4 mil mortes em um dia: “Não vai ter lockdown nacional”

Presidente disse ainda que espera que o STF mantenha igrejas abertas

Redação Jornal de Brasília

07/04/2021 12h45

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o isolamento social. Nesta quarta-feira (7), em Chapecó-SC, Bolsonaro disse que “não vai ter lockdown nacional”. A declaração vem após o Brasil registrar 4,2 mil mortes nas últimas 24 horas.

“Vamos buscar alternativas, não vamos aceitar a política doo fique em casa, feche tudo, lockdown. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, vieram pra ficar, e vão ficar a vida toda. É praticamente impossível erradicá-lo”, disse o presidente. “Não vai ter lockdown nacional, como alguns ousam dizer por aí que as Forças Armadas deveriam ajudar governadores em medidas restritivas. O nosso Exército Brasileiro não vai à rua para manter o povo dentro de casa”, afirmou.

"Eu não sei como salvar vidas, eu não sou médico, não sou enfermeiro, mas eu não posso escolher a liberdade do médico ou até mesmo do enfermeiro. ele tem que buscar uma alternativa para isso."

Jair Bolsonaro, presidente da República

O presidente também disse que os médicos devem ter autonomia para escolher o tratamento ao citar os medicamentos sem eficácia.

“Não podemos admitir impor limites ao médico. Se o médico que receitar aquele medicamento, que não receite. Se outro cidadão qualquer acha que aquele medicamento não está errado, não está certo porque não tem comprovação científica que não use, é liberdade dele. O off-label, fora da bula, é o remédio pro paciente. Hoje tem aparecido medicamentos ainda não estão comprovados, que estão sendo testados e o médico tem essa liberdade. Tem que ter. É um crime querer tolher a liberdade de um profissional de saúde”, disse.

A cidade catarinense visitada por Bolsonaro é apontada por ele como “exemplo” no combate à covid-19. A viagem foi marcada de última hora, após o prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD), celebrar, em um vídeo nas redes sociais, a queda de internações e a desativação de uma unidade de terapia semi-intensiva. Mesmo assim, a ocupação de leitos ainda é alta. De acordo com dados da própria prefeitura, atingiu 93% na rede pública e 100% na privada nesta terça-feira, 6.

O município acumula ainda mais mortes por 100 mil habitantes do que o País e Santa Catarina. A cidade enfrentou colapso de saúde em fevereiro, precisou transferir pacientes, adotar restrições de circulação e ampliar o número de leitos. Chapecó tem 541 mortos pela pandemia, sendo que mais de 410 foram registrados neste ano.

Cultos na pandemia

Bolsonaro também disse que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere a realização de cultos e missas durante a pandemia. A Corte julga na tarde desta quarta-feira uma liminar do ministro Kassio Nunes Marque que liberou os templos a realizar cerimônias religiosas presencialmente, o que costuma causar aglomerações. 

“Espero que ao STF julgar liminar de Kassio Nunes (Marques), que a liminar seja mantida ou que alguém peça vista para discutir mais”, disse Bolsonaro. “Qual é o último local que uma pessoa procura antes de cometer um suicídio? A igreja. Quem não é cristão, que não vá”, completou o presidente.

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