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Política & Poder

‘Articulação precisa estar mais atenta’, diz Lira

A declaração foi feita, após reunião com o presidente Lula

Redação Jornal de Brasília

05/06/2023 11h27

Presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Agência Brasil

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta segunda-feira (05), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o governo federal precisa se mobilizar e realizar uma articulação política mais atenta em relação às críticas realizadas por parlamentares nas últimas semanas.

“O governo precisa se mobilizar. A articulação precisa estar mais atenta. Penso que, nessas discussões, o governo vai a partir de hoje, com a presença do presidente Lula, ter uma participação maior na construção dessa base mais sólida”, afirmou o presidente da Câmara.

Lira também afirmou em entrevista à CNN Brasil que foi combinado na reunião que o foco da Casa será voltado à reforma tributária e que a matéria precisa ser votada no plenário ainda neste semestre.

No Alvorada

O encontro com Lira não constava na agenda oficial do mandatário. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), alvo das críticas de Lira, não participou do encontro.

A reunião ocorre também dias após a Polícia Federal ter cumprido mandados de prisão e de busca e apreensão contra aliados de Lira em uma investigação sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

O caso teve origem em reportagem da Folha publicada em abril do ano passado sobre as aquisições em municípios de Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados de Lira.

O Planalto e a Câmara dos Deputados viveram dias tensos na semana passada, com a ameaçada da derrubada da medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. O texto depois foi aprovado, mas em meio a ataques contra a articulação política e pedidos de mudanças nos ministérios.

Às vésperas da votação do texto, Lira falou em uma “insatisfação generalizada”.

“O problema não é da Câmara, não é do Congresso. O problema está no governo, na falta ou na ausência de articulação”, disse Lira. “Há uma insatisfação generalizada dos deputados e talvez dos senadores com a falta de articulação política do governo, não de um ou outro ministro”, completou.

Quase seis meses após tomar posse, Lula assistiu nos últimos dias à demonstração mais contundente de insatisfação da Câmara dos Deputados com o governo e correu o risco de ver boa parte do desenho que fez para os seus ministérios ser apagada.

Na avaliação de parlamentares ouvidos pela reportagem, esse momento pode ter representado um divisor de águas na relação do governo com a Câmara. Os próximos passos, segundo deputados e integrantes do governo, definirão a relação que Lula terá com Lira.

O Palácio do Planalto sabe que hoje não tem votos suficientes para aprovar medidas de interesse sem a influência do presidente da Câmara. Segundo Lira e o próprio Lula, o Planalto tem asseguradas cerca de 130 de 513 cadeiras no plenário —embora a base com partidos que integram o governo seja maior.

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