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Política & Poder

Após cobranças, ministério de Damares afirma que entrará no caso do congolês morto no Rio

A declaração enviada à reportagem pela assessoria de imprensa ocorre após a chefe da pasta, ministra Damares Alves, ser alvo de críticas

FolhaPress

01/02/2022 20h58

Mônica Bergamo
Sçao Paulo, SP

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou nesta terça-feira (1º) que está levantando dados oficiais sobre a morte do congolês Moïse Mugenyi, no Rio de Janeiro, “no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência”.

A declaração enviada à reportagem pela assessoria de imprensa ocorre após a chefe da pasta, ministra Damares Alves, ser alvo de críticas por não se pronunciar sobre o caso, envolto em comoção pública desde o dia anterior.

A ministra do governo Jair Bolsonaro (PL) recebeu cobranças, em redes sociais, de ativistas do movimento negro e de direitos humanos. Grupos como a UNE (União Nacional dos Estudantes) também questionaram a ministra sobre a atuação da pasta no caso.

Parte das mensagens lembrou a viagem que Damares fez a São Paulo para visitar a criança que sofreu uma parada cardíaca após tomar a vacina contra a Covid-19, problema que não teve relação com a imunização, conforme atestaram laudos dos governos estadual e federal.

Segundo o comunicado da pasta, atuarão na investigação a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, vinculadas ao ministério.

Um vídeo de segurança divulgado nesta terça mostra o momento em que o congolês Moïse Mugenyi, 24, foi espancado até a morte perto de um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24.

Sua família diz que ele trabalhava no local e foi espancado depois de cobrar salários atrasados.

O congolês chegou ao Brasil com 11 anos na condição de refugiado político e morava em Madureira, na zona norte do Rio. Em nota, a comunidade congolesa no Brasil classificou a morte dele como uma manifestação de racismo e xenofobia.

“Por isso, exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática “, diz o documento.?

Um homem que diz ter participado das agressões se apresentou à polícia do Rio de Janeiro nesta terça-feira (1º). O suposto agressor, que é funcionário do quiosque vizinho ao que Moïse foi encontrado e não teve o nome divulgado, foi até a 34ª delegacia pela manhã junto da família para contar sua versão do que ocorreu.

Ao menos oito pessoas foram ouvidas pela Delegacia de Homicídios, incluindo cinco funcionários dos quiosques.

Pela manhã, movimentos negros fizeram um ato em frente à DH pedindo por Justiça. Eles também organizam uma manifestação no próximo sábado (5) com a família de Moïse em frente ao quiosque Tropicália, onde o congolês foi morto.

Leia a íntegra da nota enviada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos:

“O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informa que está efetuando o levantamento dos dados oficiais referentes ao caso envolvendo o congolês Moïse Mugenyi, ocorrido no Rio de Janeiro, no intuito de promover a atuação institucional no âmbito de sua competência. Participam da atuação a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgãos do ministério.”

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