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Política & Poder

Apesar de parceria, PSDB nacional não deve apoiar Rollemberg nas eleições

Arquivo Geral

19/01/2018 11h45

Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

Francisco Dutra
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Dificilmente, a cúpula nacional do PSDB interferirá no Diretório Regional do Distrito Federal em favor do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Pouco importam as constantes nomeações de tucanos para cargos máquina pública brasiliense, a exemplo da ex-presidente da Abrace, Ilda Peliz, empossada ontem na reforçada Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Segundo o grupo político do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Rollemberg não fez até agora um só gesto concreto para apoiar o projeto nacional do tucanato na corrida eleitoral pela Presidência.

Ocupando também a presidência nacional do PSDB, Alckmim tem hoje como vice-governador Márcio França, um dos principais nomes do PSB. Neste sentido, Rollemberg sinaliza expectativa de que líder do tucanato use a candidatura de França ao Palácio dos Bandeirantes para pavimentar uma aproximação maior.

Contudo, tucanos de plumagens nacionais e paulistas não presenciaram ou ouviram um discurso público de Rollemberg em favor da pré-candidatura de Alckmin, principal nome do PSDB para a eleição de outubro. Além disso, também não testemunharam um movimento do governador do DF na Executiva Nacional do PSB para apoiar o PSDB.

Para deteriorar ainda mais o terreno, segundo personagens na orbita de Alckmin, o atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, tem feito gestos na direção de Ciro Gomes, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PDT. Em conversa reservada, membros da Executiva Nacional do PSDB, enxergam que as nomeações de Rollemberg tem sido feitas única e exclusivamente para minar a tentativa de candidatura do diretório brasiliense para o Palácio do Buriti, defendida pelo presidente regional, deputado federal Izalci Lucas.

Para a cúpula tucana, nomes contemplados por Rollemberg, como Maria de Lourdes Abadia, Virgílio Neto e Márcio Machado não são interlocutores frequentes do grupo político de Alckmin. Ou seja, os movimentos de Rollemberg em nada se aproximam do projeto presidencial tucano.

Articuladores de Alckmin reportaram a situação do DF para Márcio França na virada para 2018 e novas tratativas sobre o tema estão marcadas. Outro ponto relevante: quando a indicação de Ilda Peliz caiu nas manchetes, o presidente nacional do PSDB reforçou a permanência de Izalci no comando diretório candango. Nas contas do tucanato paulista, uma aliança no DF impõe para o PSDB muitos ônus e poucos bônus. Para a executiva nacional, o passo essencial é a eleição presidencial, onde palanques regionais são estratégicos.

Não atrasar pagamento é compromisso

Não permitir novos atrasos nos repasses públicos para instituições e empresas com projetos sociais. Esta é prioridade para Ilda Peliz. Ao longo dos últimos meses, a demora na distribuição da verba tem afetado diversas iniciativas essenciais para comunidades carentes pelo DF. Para honrar a palavra, Peliz terá um orçamento de R$ 105 milhões. Deste total, R$ 35 milhões foram liberados pela Câmara Legislativa.

“Eu acompanhei na mídia. E foi uma preocupação. Eu como militante da área social, lamentei muito. Mas esse é o nosso compromisso. Vai ser o meu foco: ter dinheiro para o repasse em dia. As instituições não como sobreviver. A maioria não delas têm. Precisa desse recurso”, promete a nova secretária.

Aposentada do Banco do Brasil, Peliz foi presidente voluntária da Associação Brasileira de Assistência às Famílias Crianças Portadores de Câncer e Hemopatias (Abrace). Filiou-se ao PSDB em 2013, para tentar a eleição para deputada distrital, mas não entrou na batalha eleitoral.

Logo após a cerimônia de posse, no Palácio do Buriti, Peliz fez questão de afirmar que não embarca no governo politicamente, mas apenas com uma personagem técnica. Ao lado da ex-presidente da Abrace, a advogada Joana Mello assumiu a função de secretária-adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Ponto de vista

“O PSB está perdendo 12 deputados federais. Eles estão indo para partidos como Democratas e PMDB, entre outros. A deputada federal Teresa Cristina, Heráclito Fortes e Danilo Forte com certeza apoiarão Alckimin e estão de saída. Quem está ficando? Os socialistas. Você acha que eles vão apoiar Alckmin ou mesmo Márcio França?”, questiona Izalci Lucas. O presidente regional não cria resistência contra a nomeação de Peliz, desde que a nova secretaria seja um nome técnico e não fale pelo partido. Por outro lado, em relação a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia e Virgílio Neto, Lucas conta que ambos foram notificados para se licenciarem do partido, caso continuem no governo. Neste sentido, estão em curso processos no Conselho de Ética do diretório, cujo resultado poderá ser afastamento das atividades partidárias. Sem direitos partidários, não poderão ser candidatos em outubro.

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