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Política & Poder

Anderson Torres reconhece falhas na segurança e descreve sua atuação em 8 de janeiro como “técnica”

O ex- ministro ficou preso 117 dias, entre 14 de janeiro e 11 de maio, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes

Mayra Dias

10/08/2023 14h40

Brasília (DF) 08/08/2023 Ex-ministro da justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, durante depoimento na CPMI do golpe. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Dando sequência às oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quinta-feira (10) foi a vez do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, ser ouvido pelos parlamentares. Torres é considerado “peça-chave” nas investigações referentes aos episódios golpistas do dia 8 de janeiro.

O ex- ministro ficou preso 117 dias, entre 14 de janeiro e 11 de maio, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Essa semana, Torres já passou pela sabatina no Congresso Nacional e, agora, foi a vez dos distritais ouvirem o depoente. Torres é investigado pela Polícia Federal por suspeita de omissão e conivência com os atos de vandalismo em Brasília. À época, ele era o secretário responsável pela segurança na capital federal.

No encontro, Torres reafirmou que não estava sob sua alçada a responsabilidade de desmobilizar o acampamento em frente ao Quartel General. Entretanto, ele afirmou que tomou conhecimento de que membros das Forças Armadas expulsaram agentes da Polícia Federal do local.

Atuação técnica

Sobre sua atuação no dia 8 de janeiro, ele a descreveu como “técnica”. O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro detalhou as ações e estratégias adotadas pela segurança pública no dia em que ocorreram as invasões e depredações do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. Aos deputados, Torres destacou que as operações foram planejadas com base em informações de inteligência que não apontavam para a possibilidade de confrontos e atos violentos. Segundo Anderson, todas as informações recebidas por ele indicavam que “tudo estava transcorrendo normalmente”, declarou.

O depoente relembrou alguns episódios anteriores à data em questão, onde também atentaram contra prédios públicos na capital, com a depredação ao prédio da Polícia Federal (PF), no dia 12 de dezembro. “Agimos com todo o rigor e em poucos dias os responsáveis foram presos, numa operação conjunta entre a PF e PCDF”, garantiu Torres, reforçando o compromisso com as atribuições do cargo e a contribuição posterior com as investigações sobre os atos. “Desde que fui preso nunca deixei de contribuir com a justiça”, ponderou. “Sigo disposto a cooperar para que os repugnantes fatos do dia 8 sejam esclarecidos”, acrescentou.

Anderson também assumiu que houveram falhas no planejamento de segurança elaborado para a data, no entanto, se recusou a falar sobre culpados. “É o que tem que ser apurado”, afirmou. Anderson Torres repetiu o pronunciamento feito durante a CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, e disse que nunca cogitou a mostrar para alguém a “minuta do golpe” e que não houve interferência do Ministério da Justiça na PRF, durante o 2º turno das eleições.

PAI

Conforme afirma o ex-secretário, o Protocolo de Ações Integradas (PAI) n° 2/2023, assinado por ele, é um dos mais completos que tem no DF. O documento traz orientações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) às Forças de Segurança da capital federal para evitar os atos de vandalismo em manifestações bolsonaristas entre os dias 7 e 9 de janeiro. Esse documento previa reforço do efetivo da Polícia Militar e orientava a corporação para que evitasse danos ao patrimônio público. Havia, ainda, instruções para o isolamento da Praça dos Três Poderes e o fechamento da Esplanada dos Ministérios. “Não sou eu que digo quantos policiais, se vem o Bope. Cada instituição diz isso. Aqui participaram Supremo, o Congresso, que ficou responsável por colocar os gradis”, afirmou Torres.

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