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Política & Poder

“A fome precisa inspirar indignação”, diz Lula na Assembleia-Geral da ONU

“A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno”, cobrou o presidente

Geovanna Bispo

19/09/2023 11h31

Foto: TIMOTHY A. CLARY/ AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou, nesta terça-feira (19), a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Durante discurso, o representante brasileiro voltou a defender o fim da desigualdade social e a fome. “A desigualdade precisa inspirar indignação”, disse.

“Indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano. Somente movidos pela força da indignação poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo ao nosso redor”, afirmou.

Lula ainda cobrou a ONU sobre o assunto. “A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Mas só o fará se seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la”, finalizou.

Reforma das instituições

Porém, os pontos principais do discurso de Lula foi a reforma das instituições multilaterais globais e a importância da preservação do meio ambiente.

“Em meio aos escombros do neoliberalismo, surgem aventureiros de extrema-direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas. Muitos sucumbiram à tentação de substituir um neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”, disse.

“Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, disse.

Apoio

Em discurso feito pouco antes do presidente brasileiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou o pedido de Lula sobre a reforma das instituições. Segundo o representante, “o mundo mudou”, mas as instituições continuam as mesmas.

“Chegou a hora de renovar as instituições multilaterais, baseando-se nas realidades econômicas e políticas do século 21 e ancorados nos princípios da Carta da ONU e do direito internacional”, disse Guterres.

O secretário ainda defendeu a reforma do Conselho de Segurança da organização e da estrutura financeira internacional. O conselho é formado por 10 representantes rotativos e cinco permanentes com poder de veto.

Esvaziamento

O plenário em que o presidente brasileiro discursa, porém, está esvaziado. Além dos já esperados faltantes presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, não compareceram. Assim, o presidente dos Estados Unidos é o único presente entre os líderes do Conselho de Segurança da ONU.

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