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Política & Poder

26º Grito dos Excluídos reuniu manifestantes em 200 municípios do país

Evento, que acontece desde 1995 no Sete de Setembro pela redução das desigualdades, desta vez protestou contra Bolsonaro, retrocessos no país e aumentos dos preços, entre outras questões

Redação Jornal de Brasília

07/09/2021 19h43

People take part in a demonstration against Brazilian President Jair Bolsonaro in Sao Paulo, on September 7, 2021, amidst Brazil’s Independence Day. – Fighting record-low poll numbers, a weakening economy and a judiciary he says is stacked against him, President Jair Bolsonaro has called huge rallies for Brazilian independence day Tuesday, seeking to fire up his far-right base. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP)

Hylda Cavalcanti
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Em sua 26ª edição, o Grito dos Excluídos, ato que reúne sempre militantes e partidos de esquerda em todo o país no feriado do Sete de Setembro, cobrou medidas para redução das desigualdades sociais e protestou contra a proposta de reforma administrativa, a privatização das estatais e os aumentos de preços de alimentos e combustíveis, dentre outras pautas. Os manifestantes também se juntaram aos participantes do ato intitulado Fora Bolsonaro, marcado por protestos contra as ações do atual presidente da República, em todos os municípios brasileiros em que saíram às ruas. Ainda condenaram o negacionismo de Bolsonaro durante a pandemia e atuais ameaças golpistas.

O Grito foi realizado este ano em cerca de 200 municípios com a participação de centrais sindicais, partidos de esquerda como o PT e o PSOL, e movimentos populares. Embora tenha sido menos divulgado e ter contado proporcionalmente com menos público, demonstrou organização entre os manifestantes. Contou com a participação de vários partidos de esquerda, além de lideranças sindicais e sociais.

Algumas das principais manifestações tiveram como palco o Anhangabaú, no Centro da capital paulista, e a área em frente à Torre de TV, em Brasília. Os manifestantes ainda pediram por maior participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda. Também foi bem maior o número de participantes usando máscara, e fazendo uso de álcool gel.

Contraponto

Em São Paulo, uma barraca foi montada durante o ato para fazer distribuição de bananas doadas por agricultores. Ao discursarem, tanto o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), como o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de Guilherme Boulos (PSOL), que concorreu às eleições municipais da capital paulista em 2020, defenderam a democracia, pediram o impeachment de Bolsonaro e cobraram por mais vacinas.

Em nota, a coordenação nacional do Grito dos Excluídos destacou os motivos que levaram os movimentos às ruas este ano. “Estamos vivendo um momento de crises – social, ambiental, sanitária, humanitária, política e econômica – sobretudo causadas pela ação nefasta de um governo genocida, negacionista e promotor do caos que visa principalmente destruir, de qualquer forma, a democracia e a soberania do nosso país”, enfatizou o documento.

“Os atos do movimento fizeram o contraponto a qualquer tentativa de golpe pelo governo Bolsonaro. Esse papel do campo progressista tem uma importância histórica”, afirmou o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim. “No futuro, seremos vistos como as forças que resistiram à tentativa de golpe no Brasil no 7 de setembro de 2021“, disse o ativista.

Carlos Arruda, integrante do MTST, destacou a importância deles terem saído às ruas. “Fizemos reuniões com as secretarias de Segurança Pública, forças policiais e seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para garantir o máximo de segurança e cuidados durante a realização destas manifestações”, explicou ele. Deputados federais, estaduais e vereadores, estudantes, sindicalistas e profissionais liberais participaram ativamente desses eventos nos municípios onde foram realizados.

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