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Alerta ligado para os jogos de Paris-2024

COB traçou como meta a conquista de mais de 21 medalhas nas Olimpíadas de Paris-2024. Mas o cenário não é animador

Thiago Henrique de Morais

01/09/2023 5h00

Atualizada 31/08/2023 17h10

Rayssa Leal. Foto: Ulio Detefon/CBSK

Nas Olimpíadas de Tóquio, há dois anos, o Brasil conseguiu um dos seus melhores resultados na história dos Jogos. Com 21 medalhas no total, igualou o feito do Rio de Janeiro, em 2016, com sete ouros, seis pratas e oito bronzes, ficando bem próximo do Top-10 no quadro de medalhas, algo que nunca aconteceu na história, terminando em 12º. Para Paris-2024, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) traçou como meta superar os resultados obtidos há dois anos. Mas o desempenho no último ano do ciclo não é tão animador como a projeção feita pelo COB.

Os resultados esportivos não são dos melhores. A começar pelo vôlei, um de nossos carros-chefes de pódio nos últimos anos. Nesta semana, jogando em Recife, a equipe masculina perdeu, pela primeira vez na história, um título sul-americano, sendo desbancado pela Argentina por 3 sets a 0. Para se ter uma ideia do fracasso, em 34 edições anteriores, o Brasil venceu 33 delas. Só não faturou o ouro na edição de 1964, quando não disputou a competição — na ocasião, o título ficou com os argentinos. Além disso, na Liga das Nações, o time brazuca foi eliminado nas quartas de final, ficando fora de uma semifinal pela primeira vez desde que a competição foi criada. No feminino, a seleção até venceu o sul-americano com folga, mas também caiu antes das semifinais.

Nem mesmo no iatismo, esporte pouco popular no país, mas que sempre nos trouxe medalhas, o Brasil vai bem. As bicampeãs olímpicas e, hoje, única esperança de pódio nos Jogos de Paris, Martine Grael e Kahena Kunze, ficaram apenas na 12ª colocação no Mundial de Haia (Holanda), na classe 49er FX. Das 15 regatas disputadas, só terminaram entre as três primeiras em uma única vez. As brasileiras precisavam ficar no top 10 para garantir uma vaga para Paris-2024. Elas devem garantir essa classificação nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, em outubro.

Martine Grael e Kahena Kunze. Foto: Divulgação

A natação, que despertou uma forte atenção nos Jogos de Tóquio, com os bronzes de Fernando Scheffer e Bruno Fratus, não renderam bons resultados no Mundial de Natação, em Fukuoka, no Japão. O Brasil levou 26 atletas, mas não conseguiu medalhas. O melhor resultado foi de Guilherme Costa, nos 400m livre, com a quarta colocação. O mesmo atleta ainda ficou na sétima posição nos 800m livre. Bia Dizotti, nos 1.500m livre, e João Gomes, nos 50m livre, ficaram com os sétimos lugares. No revezamento, também ficou distante do pódio nos 4×100 masculino, 4x100m misto, 4x200m masculino e feminino. Scheffer sequer chegou à final.

Até o skate, que vinha demonstrando um grande potencial de medalhas para Paris-2024, derrapou. Rayssa Leal ficou fora do pódio pela primeira vez desde 2019 de uma etapa da Street League. Isso sem contar o resultado bem abaixo do esperado de Isaquias Queiroz no Mundial de Canoagem, que acabou ficando bem distante do pódio.

Além dos resultados ruins, vários atletas olímpicos, que são esperança de medalha em Paris-2024, passaram por lesões graves ou punições por conta de doping. Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, Daniel Cargnirn, do Judô, e Alison dos Santos, do Atletismo, passaram por cirurgia recente. Eles até conseguiram bons resultados, mostrando que ainda são fortes para lutar por medalhas nos Jogos do ano que vem. Já Mayra Aguiar, do judô, e Bruno Fratus, da natação, sequer competiram neste ano. Caio Souza, o grande nome da ginástica brasileira atualmente, rompeu o tendão de Aquiles e não disputará o Mundial, que serve, também, como pré-olímpico. Além da suspensão provisória de Thiago Braz, do salto com vara, por doping, podendo pegar um gancho de quatro anos de punição.

Caio Souza, da ginástica rítmica. Foto: Rodolfo Vilela/Rede do Esporte

Ainda que alguns resultados bons tenham vindo neste ano, como o bronze de Marcus D’Almeida no Mundial de Tiro de Arco, a hegemonia dos brasileiros no surfe, além de bons resultados da ginástica rítmica em etapas da Copa do Mundo, os resultados recentes são bem baixos em meio à expectativa do COB, traçada durante esse ano. Se em 2022 o Brasil conseguiu excelentes resultados, com um total de 23 pódios conquistados, neste ano o saldo é bem ruim até o momento, com apenas sete conquistas. Comparando com o ano passado, até o começo de setembro, o Brasil já tinha onze pódios.

O sinal de alerta está ligado. Que o Pan-Americano, a começar no mês que vem, possa dar um ânimo aos brasileiros – por mais que a competição não sirva como parâmetro para os Jogos Olímpicos. Que os nossos principais atletas lesionados se recuperem a tempo para Paris-2024, assim como o desempenho de alguns de nossos favoritos ao pódio também evoluam até julho do ano que vem, quando começa o evento mais importante do esporte mundial.

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