Menu
Opinião

Os ataques cibernéticos são armas estratégicas na guerra entre Israel e Hamas

Mesmo com as leis e acordos sobre cibersegurança já estabelecidos, é inevitável não se questionar sua efetividade. Ressalta-se que a segurança cibernética é uma das bases fundamentais da segurança da informação

Redação Jornal de Brasília

14/11/2023 11h26

Por Juliana Costa

 

A declarada guerra entre Israel e Hamas vai muito além das disputas territoriais, e isso se comprova através das inúmeras notícias relacionadas aos diversos ataques em ambientes cibernéticos e em afronta a segurança informacional e tecnológica destes países. A necessidade da tecnologia para gestão de sistemas estratégicos está fragilizada dentro de um dos maiores polos de tecnologia do mundo.

 

A proporção tem sido tamanha, que foram invadidos alguns outdoors inteligentes em Israel, os quais passaram a exibir soldados do Hamas, além do envio de mensagens contendo montagens da bandeira palestina com ataques diretos a Israel. Sem que se pudesse evitar, parece claro que o arsenal bélico também se traduz em armamentos silenciosos e eficazes.

 

Através do desligamento dos sistemas provocado por hackers voluntários via ataques DDoS (Distributed Denial of Service), os servidores ficam lotados de acessos simultâneos, e o terror psicológico de instaura, causando o recebimento cada vez menor de informações aos familiares das vítimas.

 

O que houve então para que Israel fosse surpreendida sem que houvesse sequer uma previsão destes ataques? Como pôde ser atacada massivamente e como seria possível que houvesse tamanha vulnerabilidade?

 

Uma enorme preocupação também afeta diretamente cidadãos israelenses. O Hamas, tendo acesso aos sistemas estratégicos e sigilosos do governo, obtém informações restritas e secretas sobre decisões, projetos e até mesmo dados sensíveis dos próprios cidadãos, como opiniões políticas contrárias, antecedentes históricos e criminais, profissões e outros dados de igual importância. Essas informações são imprescindíveis em um ambiente de guerra e podem determinar alvos estratégicos de forma mais detalhada.

 

Mesmo com as leis e acordos sobre cibersegurança já estabelecidos, é inevitável não se questionar sua efetividade. Ressalta-se que a segurança cibernética é uma das bases fundamentais da segurança da informação.

 

Infraestruturas relacionadas à segurança da informação foram bastante atingidas. Dados excluídos, sequestrados. Informações privilegiadas estão hoje sob o crivo do Hamas. Questiona-se então se Israel detém ou não capacidades cibernéticas ofensivas e defensivas.

 

Até o momento, o que se sabe é que apesar de uma política de defesa nacional respeitável e robusta, Israel não conta com estratégias definidas e formais relacionadas à segurança nacional, o que desde já fragiliza parte de suas defesas, como a cibernética, sendo esta vital na garantia da continuidade de suas operações internas.

 

O preço que está sendo pago através desta centralização de segurança, está sendo alto para seus próprios cidadãos, principais alvos desta guerra que parece interminável.

 

Juliana Costa é advogada de Direito Digital, mestre em Direito com ênfase em Tecnologia, inovação e Desenvolvimento, especialista em Compliance e em Proteção de Dados Pessoais e gestora Jurídica na Stávila.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado