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Opinião

Integração de recursos tecnológicos aumenta eficiência em infraestrutura e melhora qualidade de vida da população

Redação Jornal de Brasília

26/01/2024 16h18

Foto: AFP

*Euclides Lourenço Chuma

Nos meus anos como engenheiro elétrico e membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), tenho acompanhado de perto o avanço vertiginoso da tecnologia e seu impacto profundo em nossa sociedade. A rápida evolução das câmeras de vídeo, o gerenciamento inteligente de resíduos e a ascensão da inteligência artificial (IA) são fenômenos que moldam o nosso presente e, inevitavelmente, esculpem o nosso futuro.

Desde a revolução industrial, testemunhamos uma mudança constante nos paradigmas tecnológicos, mas o que vivenciamos atualmente transcende qualquer coisa que já tenha ocorrido. A integração de recursos tecnológicos, como a Internet das Coisas (IoT) e os sistemas 5G, não apenas transforma as infraestruturas urbana, industrial e ambiental, mas também redefine a própria experiência humana.

As câmeras de vídeo, por exemplo, não são mais meros observadores passivos; elas se tornaram instrumentos dinâmicos que fornecem dados em tempo real para controlar infraestruturas e moldar políticas urbanas. O gerenciamento de resíduos agora vai além da coleta e disposição básicas; a IA permite a diferenciação de taxas, premiando aqueles que adotam práticas sustentáveis. Este é um exemplo tangível de como a tecnologia pode ser uma aliada na construção de uma sociedade mais consciente e ecologicamente responsável.

No entanto, à medida que abraçamos essas inovações, surge uma questão crucial: até que ponto devemos permitir que a IA influencie as decisões que afetam nossas vidas diárias? Em um país como o Brasil, onde a IA já é empregada para tomar decisões previdenciárias e otimizar a mobilidade urbana, a ética dessa intervenção tecnológica merece uma reflexão aprofundada. O uso de dados de IA por seguradoras, por exemplo, levanta questionamentos sobre justiça e equidade.

A IA, embora ofereça insights rápidos e precisos baseados em estatísticas, não é só mil maravilhas. O desafio reside em determinar como podemos empregar esses dados de maneira ética e justa. A automação do atendimento ao cliente e a análise preditiva podem melhorar a eficiência, mas também impõem responsabilidades éticas às empresas. Onde traçamos a linha entre otimização e preservação dos direitos individuais?

Acredito que a conscientização é a chave para navegar por esse novo território tecnológico. As crianças, especialmente, têm o poder de se tornarem agentes de mudança. A introdução de conceitos éticos e responsáveis desde cedo nas escolas não apenas prepara as gerações futuras para lidar com a tecnologia, mas também as capacita a serem educadoras em seus lares e comunidades.

Em última análise, enquanto a IA promete revolucionar a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos, é imperativo que avancemos com responsabilidade. Devemos continuar a questionar e aprimorar as práticas éticas em torno do uso da tecnologia, garantindo que ela não apenas otimize, mas também preserve os valores fundamentais que sustentam nossa sociedade. Neste fascinante caminho rumo ao futuro, a reflexão ética é a bússola que nos guiará para um destino onde a tecnologia e a humanidade coexistem harmoniosamente.

*Pesquisador no CTI Renato Archer e membro sênior do IEEE

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