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Opinião

Chega de calote: como a tecnologia pode ajudar clientes e produtores de eventos a não ficarem no prejuízo

Com a tecnologia, foi criado um aplicativo onde o cliente consegue fazer o pedido e o pagamento diretamente do próprio smartphone

Redação Jornal de Brasília

18/07/2022 7h54

O produtor de eventos tem um papel fundamental no setor da categoria. Planeja, divulga e executa da melhor forma para que tudo ocorra bem em seu trabalho. Após todo o planejamento, a execução é uma das tarefas mais importantes da função. Nela está inserida uma das operações mais delicadas, que consiste em fazer cobranças e os recebimentos das vendas, uma peça fundamental nos eventos.

Hoje existem dezenas de soluções que prometem resolver alguns problemas nesta área. Comandas, fichas, cartões cashless, tudo isso são maneiras de evitar dor de cabeça para o produtor. Mas todas ainda dependem do fator humano, o que implica em pensar no número de pessoal para realizar tais tarefas.

Nesse momento, entra um detalhe muito importante: prever qual será a demanda e escalar um número suficiente de caixas, por exemplo, que são necessários para que o evento funcione, a fim de evitar grandes filas. Apesar de saber quantos e ter uma média de ingressos vendidos, não é possível calcular com exatidão o comportamento de consumo das pessoas, e como isso irá se desenvolver durante o evento.

Por isso, essa questão ainda é um dilema que, regularmente, entra na mente do promoter, que deve pensar na quantidade de funcionários para trabalhar e balancear com o custo operacional, podendo trabalhar com uma margem de segurança ou se arriscar e deixar uma quantidade razoável, correndo o risco de gerar filas enormes e causar um mal estar nos clientes.

Por mais que o produtor consiga acertar nesse quesito, o que é mais difícil, outros problemas podem surgir, como a falha nas máquinas de cartão, troco errado, erro de comunicação com o servidor/sistema, ineficiência no controle sobre as vendas ou, em um cenário pior, até mesmo o sumiço de todo o dinheiro.

Como empresário brasiliense e empreendedor nato, eu já sofri diversos problemas com empresas terceirizadas de caixa, como furto do valor arrecadado e chantagem de estabelecimentos para que recebessem dobrado, além de diversas outras situações. Foi a partir daí que vi a necessidade de um mecanismo que me trouxesse um bom resultado, confiança e tranquilidade.

Impactado diretamente com a pandemia do coronavírus, foquei em desenvolver uma solução escalável e que dependesse minimamente de pessoas. Busquei um método que atendesse da mesma forma um público de dez ou de milhares de pessoas. Consegui chegar em um formato inédito criando uma carteira digital para eventos, um aplicativo batizado, inicialmente, de Beba do Quadrado. Nele, o cliente consegue fazer todas as transações diretamente do próprio smartphone, como ver o cardápio, realizar o pedido e o pagamento.

Outra função de destaque é que, por meio da ferramenta, é possível que o produtor saiba com 100% de precisão o que realmente é consumido nos eventos e as preferências de consumo (cruzados por sexo, idade e horário). O app também faz análises de retenção e aquisição, métricas referenciais para donos de e-commerces e outros empreendedores.

A ferramenta entrou em operação em 21 de abril e já conta com 30 mil usuários ativos, um verdadeiro case de sucesso. O aplicativo processa 21 transações de compra por segundo, o que é três vezes maior o que acontece no site/app Mercado Livre, por exemplo, o que me possibilitou fechar duas parcerias com as operadoras Stone e PagSeguro.

Agora, além de ter a possibilidade de fazer todas as transações online, acrescentei a função para o cliente usar um totem de autoatendimento e pagar com o cartão físico, algo similar ao que acontece em redes de fast-food.

O aplicativo é somente a ponta do iceberg. Ele é apenas uma experimentação, em pequena escala, do que está por vir: uma fintech de processamento digital focado em eventos e bares na América Latina.

A ferramenta foi pensada inicialmente para os eventos produzidos pelo Beba do Quadrado, mas já vai ser disponibilizada para outros com um novo nome, que ainda será definido. O aplicativo também pode ser customizado com a marca do próprio contratante, por exemplo.

Guilherme Sette

Empresário e empreendedor. De dono de boate a varejista, Guilherme atuou em agência de publicidade, fintech e atacadista. Seu nome foi apontado como uma das mais promissoras startups em 2021, com A Tal da Bebida. Com o seu trabalho, promete transformar toda gestão de eventos com pensamento digital e analítico.

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