Menu
Opinião

A União faz a Vida: Educação para um mundo mais cooperativo

A trajetória deste programa começou no início do século XX. Até aquele momento da história do Brasil, o Estado era o maior “empreendedor” do país

Redação Jornal de Brasília

13/05/2021 15h17

Foto: Agência Brasil

Pedro Caldas*

Já não é nenhum segredo que a educação é um dos nossos bens mais valiosos. Investir nas gerações futuras parece ser a melhor saída para contribuir para uma sociedade mais cooperativa e empreendedora. O programa A União Faz a Vida promove, desde 1995, princípios de cooperação e cidadania entre crianças e adolescentes de escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio nas comunidades onde a instituição financeira cooperativa atua, estimulando-os a serem protagonistas que tomam decisões coletivas e constroem projetos cooperativos.

A trajetória deste programa começou no início do século XX. Até aquele momento da história do Brasil, o Estado era o maior “empreendedor” do país. Não existia uma cultura que promovesse esse espírito nas pessoas — uma realidade que se repetia de Norte a Sul. Com o lançamento da nossa marca, em 1992, uma coisa ficou clara: somente a partir de uma educação voltada para a cooperação e a formação de cidadãos empreendedores, o Sicredi teria um sucesso sustentável em longo prazo.

Logo, criou-se um programa de educação cooperativa que tem por desafio a formação de cidadãos capazes de empreender e construir coletivamente. Seu objetivo é: “construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania por meio de práticas de educação cooperativa, contribuindo para a educação integral de crianças e adolescentes, em âmbito nacional.”

Ao longo de mais de 25 anos, o programa tem sido desenvolvido em escolas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país e já alcançou a marca de mais de 3 milhões de crianças e adolescentes impactados, além de mais de 150 mil educadores, responsáveis por implementar os princípios e a metodologia. Desenvolvido pela Sicredi Planalto Central desde 2014, o programa beneficia mais de 1.300 crianças e adolescentes em sete escolas da região, envolvendo mais de 80 educadores em Campo Alegre de Goiás, Cristalina, Ipameri e Mambaí.

O projeto baseia-se numa rede de cooperação com apoiadores (pessoas físicas e jurídicas); assessoria pedagógica (com universidades e outras instituições especializadas); parceiros (secretarias de educação e assistência social); e gestores (entidades integrantes do Sicredi e cooperativas de crédito), todos voltados para escolas e outras organizações educacionais, focadas em crianças e adolescentes. Por meio de encontros orientados pelas assessorias pedagógicas e práticas intensificadas no universo educacional de cada município, princípios de cooperação e cidadania são repassados a educadores em formato de formação continuada. O sucesso do programa se dá pela realização de projetos coletivos, desenvolvidos pela rede de cooperação, alinhados com o objetivo do Programa A União Faz a Vida.

Um estudo recente confirmou o sucesso da iniciativa: ele revelou que os impactos do programa permanecem na mesma intensidade na vida dos participantes por um período de cinco a sete anos, e que correspondem a quatro vezes o investimento realizado. Ou seja, para cada R$ 1,00 investido, são gerados R$ 4,07 de impactos sociais.

A metodologia SROI, aplicada no desenvolvimento do estudo, permite que os impactos sociais sejam monetizados, isto é, atribuem-se valores em reais (R$) aos impactos mensurados na pesquisa. Com isso, tendo como base o ano de 2019, o estudo estima que o valor social gerado pelo programa é de cerca de R$ 465 milhões, sendo 88,5% deste valor correspondente às transformações percebidas nos alunos participantes, e 11,5% do valor composto pelas mudanças percebidas nos professores. Outra importante conclusão foi que seis em cada dez alunos aumentaram seu interesse pela escola e suas atividades.

O sucesso do programa se dá pela realização de projetos coletivos, desenvolvidos pelos alunos e educadores com apoio de toda uma rede de cooperação, alinhados ao projeto. Com ações próximas à sociedade, integrando e acolhendo as novas gerações, acreditamos que, se educadas desde cedo com temas como cooperação, cidadania, respeito, diálogo, justiça, solidariedade e empreendedorismo, sociedade e empresas podem evoluir e se desenvolver cada vez mais com base numa nova cultura, na qual o indivíduo e a comunidade possam, juntas, criar oportunidades de crescimento para todos.

*Pedro Caldas é Presidente da Sicredi Planalto Central

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado