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Variante delta e problemas de abastecimento freiam crescimento dos EUA

A economia dos Estados Unidos havia recuperado seu volume pré-pandemia, mas a variante delta do coronavírus desacelerou a atividade

Redação Jornal de Brasília

28/10/2021 15h39

Foto: Agência Brasil

O crescimento dos Estados Unidos foi afetado no terceiro trimestre pela variante delta do coronavírus e por problemas de abastecimento global.

No terceiro trimestre, o crescimento do PIB foi de 2% na projeção anual (crescimento em 12 meses se as condições forem mantidas).

“Um aumento dos casos de covid-19 trouxe novas restrições e atrasos na reabertura de estabelecimentos [comerciais] em algumas regiões do país”, detalhou o Departamento de Comércio em comunicado publicado nesta quinta-feira (28).

O freio, porém, é mais forte do que o esperado. Os analistas previam crescimento de 2,4% em 12 meses. Além disso, a expansão é três vezes menos importante do que no segundo trimestre, quando teve alta de 6,7%.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 4,9%. E, se comparar o crescimento do terceiro trimestre com o do segundo, a expansão é de 0,5%.

Essa “progressão fraca […] mostra que a economia americana ainda não está totalmente recuperada”, destaca Gregory Daco, economista da Oxford Economics, em nota de análise.

“O ressurgimento das infecções por covid reduziu pela metade a recuperação [econômica] do verão [no hemisfério norte], enquanto os problemas crescentes na cadeia de abastecimento levaram ao aumento da inflação e ao enfraquecimento da demanda”, detalha.

A economia dos Estados Unidos havia recuperado seu volume pré-pandemia entre abril e junho, estimulada pela vacinação de grande parte da população.

Mas, durante o verão boreal, a variante delta altamente contagiosa do coronavírus desacelerou a atividade, principalmente em restaurantes, viagens e hotéis.

Também fez com que muitas pessoas adiassem seu retorno ao mercado de trabalho, por questões de saúde, em um momento de grande escassez de mão de obra.

Esses problemas se somam aos sofridos há meses por diversos setores devido às dificuldades globais de abastecimento, que causam atrasos nas entregas, e até mesmo faltas.

Resultado: alguns restaurantes reduziram o horário de funcionamento, as fábricas de automóveis estão operando longe de sua capacidade máxima e alguns brinquedos de Natal podem não chegar às prateleiras a tempo.

Juntamente com a forte demanda dos consumidores americanos, essas perturbações pressionam fortemente os preços.

Entre as boas notícias, embora o nível de inflação tenha permanecido elevado no terceiro trimestre, em 12 meses caiu ligeiramente para 5,3% na projeção anual, ante 6,5% no segundo trimestre, indicou o Departamento de Comércio.

Excluindo os preços mais voláteis de alimentos e energia, o núcleo de inflação também caiu, para 4,5%, ante 6,1% entre abril e junho.

O governo espera que a inflação seja moderada “até meados do ano que vem”.

Para garantir crescimento e empregos a longo prazo, Joe Biden anunciou nesta quinta-feira os novos termos de seu plano de gastos sociais e ambientais, reduzido pela metade do valor original, a US$ 1,75 trilhão, como uma fórmula de consenso para obter apoio em seu Partido Democrata no Congresso e aprovar o projeto sem os votos de republicanos.

Os republicanos, por sua vez, acusam o governo de ter uma política econômica que alimenta a inflação e temem que novos gastos ajudem a elevar ainda mais os preços.

Além desse plano, o Congresso deve validar um segundo plano de 1,2 trilhão de dólares para modernizar a infraestrutura do país.

© Agence France-Presse

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