Menu
Mundo

Ucrânia espera terceira rodada de negociações com a Rússia no fim de semana

“A terceira etapa poderia acontecer amanhã ou depois de amanhã, estamos em contato permanente”, afirmou Podolyak durante uma coletiva

Redação Jornal de Brasília

04/03/2022 12h01

Foto: Maxim Guchek/AFP

A Ucrânia espera que haja uma terceira rodada de negociações com a Rússia neste fim de semana, declarou nesta sexta-feira (4) um dos enviados ucranianos, Mikhailo Podolyak, conselheiro do responsável da administração presidencial.

“A terceira etapa poderia acontecer amanhã ou depois de amanhã, estamos em contato permanente”, afirmou Podolyak durante uma coletiva de imprensa em Leópolis (Lviv), no oeste da Ucrânia, e apontou que estão esperando apenas o acordo dos russos para voltar à mesa de negociações.

Em Berlim, o gabinete do líder do governo alemão, Olaf Scholz, declarou que o chanceler havia falado com Vladimir Putin, que lhe teria assegurado que as negociações seriam retomadas no fim de semana.

As duas primeiras reuniões entre Rússia e Ucrânia não conseguiram parar os combates, mas abriram corredores humanitários para a população civil.

Rússia está mais isolada do que nunca na ONU após votação histórica

A Rússia ficou, nesta sexta-feira (4), mais isolada do que nunca na ONU após uma votação histórica a favor de uma investigação internacional sobre a Ucrânia, na qual aliados de Moscou como Venezuela e Cuba se abstiveram.

A Eritreia foi o único país que votou contra a resolução que Kiev apresentou ao Conselho de Direitos Humanos (CDH).

“Hoje, o CDH adotou uma resolução histórica (…) A mensagem para Putin foi clara: ele está isolado internacionalmente e o mundo inteiro está contra ele”, disse a repórteres a embaixadora ucraniana Yevheniia Filipenko, cercada por muitos diplomatas que a aplaudiram.

“Hoje, os membros do Conselho votaram esmagadoramente para criar uma comissão de investigação com um mandato forte (…). Os membros da comunidade internacional estão com a Ucrânia, e é claro que a Rússia está sozinha”, acrescentou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Sheba Crocker.

A votação ocorreu dois dias depois que a Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida em Nova York, aprovou por maioria esmagadora um texto para exigir que a Rússia retire suas tropas da Ucrânia e acabe com a guerra.

A resolução contou com o apoio de países ocidentais, mas também de outras capitais que denunciaram que Moscou não respeitou a soberania territorial da Ucrânia e a violência exercida contra o povo ucraniano.

A China, que normalmente se opõe a qualquer investigação da ONU, se absteve, embora Pequim tenha votado contra a realização do debate urgente sobre a invasão russa.

“Esta semana vimos uma demonstração sem precedentes da unidade da comunidade internacional”, disse o embaixador britânico na ONU, Simon Manley.

“Catástrofe mundial”

A votação ocorreu depois que o Exército russo realizou um ataque à maior usina nuclear da Europa, Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.

“O bombardeio contra a maior usina nuclear da Europa pode levar a uma catástrofe global”, advertiu Filipenko ao Conselho.

É a primeira vez na história do Conselho que uma resolução diz respeito diretamente à Rússia, explicou um porta-voz da ONU.

“Há apenas um agressor nesta guerra e é a Rússia (…). A Rússia deve ser responsabilizada por essas ações”, argumentou o embaixador francês na ONU, Jérôme Bonnafont, em nome da União Europeia (UE).

A resolução condena “as violações e ataques aos direitos humanos como consequência da agressão da Federação Russa”.

O texto pede “a retirada rápida e verificável das tropas russas, e dos grupos armados aliados da Rússia, de todo o território internacionalmente reconhecido da Ucrânia”, e pede a criação urgente, e por um ano (inicialmente) de “uma comissão de investigação internacional e independente”, o mais alto nível de investigação do Conselho.

A comissão deve “recolher, reunir e analisar as provas para atestar (…) violações” dos direitos humanos e do direito internacional humanitário durante a invasão da Ucrânia, com vistas a processos futuros, e identificar os responsáveis por essas violações “para que eles respondam por suas ações”.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado