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Trump pode ser acusado no civil por ataque ao Capitólio, diz tribunal americano

Duas semanas antes da cerimônia de posse de Biden, em 20 de janeiro de 2021, milhares de partidários de Trump espalharam o caos de maneira violenta no Capitólio

Redação Jornal de Brasília

01/12/2023 16h46

Foto: AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ser considerado civilmente responsável pelo ataque cometido por seus apoiadores contra o Capitólio em Washington em 6 de janeiro de 2021, decidiu a Justiça federal.

A resolução de um tribunal de apelação de Washington tornou-se pública nesta sexta-feira (1º) – confirmando informações do The Washington Post – em consequência de denúncias civis apresentadas em 2021 por dois policiais do Capitólio, a sede do Congresso americano, e dez parlamentares do Partido Democrata.

A decisão ainda cabe recurso.

Em 6 de janeiro de 2021, Trump, derrotado nas eleições de novembro de 2020 pelo democrata Joe Biden, fez um discurso incendiário a seus seguidores na capital federal, exortando-os a “lutar como o diabo” contra os resultados das eleições.

Duas semanas antes da cerimônia de posse de Biden, em 20 de janeiro de 2021, milhares de partidários de Trump espalharam o caos de maneira violenta no Capitólio.

Desde então, mais de 1.000 pessoas foram presas e 350 delas foram acusadas de agredir policiais ou de resistência à prisão. Alguns membros de milícias de extrema direita foram condenados por sedição.

Segundo o Washington Post, os demandantes civis contra Trump baseiam-se em uma lei de 150 anos que proíbe o uso da força, de ameaças e da intimidação para impedir que um legislador ou funcionário desempenhe seu ofício.

Os demandantes estão aptos a solicitar ao bilionário republicano uma reparação pelos danos causados em 6 de janeiro de 2021, segundo o Tribunal de Apelação do Distrito de Colúmbia, em Washington.

Trump, que aspira retornar à Casa Branca em janeiro de 2025 e enfrenta vários processos judiciais, afirma, há dois anos, que a eleição de Biden foi “um roubo”, e denuncia uma “caça às bruxas” e o “uso político” da Justiça contra si.

Como ainda era presidente em 6 de janeiro de 2021, alega que possuía “imunidade” presidencial naquele momento.

“Quando um presidente em exercício opta por um segundo mandato, sua campanha para ser reeleito não é um ato presidencial oficial”, respondeu o tribunal.

Em julho, Trump revelou que o procurador federal especial Jack Smith age de forma pessoal em sua investigação criminal sobre os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021.

© Agence France-Presse

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