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Taiwan ativa sistemas de defesa após detectar 37 caças chineses em zona aérea

A China quase dobrou o número de incursões com aviões de combate na zona de defesa aérea de Taiwan em 2022, ano em que aumentou brutalmente a pressão militar sobre a ilha

FolhaPress

08/06/2023 13h18

Foto: AFP

Taiwan ativou seus sistemas de defesa nesta quinta-feira (8), após relatar a entrada de 37 aeronaves militares chinesas na zona de identificação de defesa aérea da ilha, em uma nova provocação de Pequim.

Segundo a Defesa de Taipé, foi identificada na noite de quarta-feira (7) a presença de caças J-11 e J-16, além de bombardeiros do tipo Zian H-6, com capacidade nuclear. As aeronaves voavam para a porção sudeste da ilha, na Adiz (sigla em inglês para Zona de Identificação de Defesa Aérea).

Como reação, Taiwan, ilha que o regime chinês vê como uma província rebelde, enviou aeronaves e navios para monitorar a situação e ativou sistemas de mísseis baseados em terra. A China não se manifestou.

Pequim vive uma fase de intensa movimentação militar aérea. A China quase dobrou o número de incursões com aviões de combate na zona de defesa aérea de Taiwan em 2022, ano em que aumentou brutalmente a pressão militar sobre a ilha que, na prática, é autônoma.

Na quarta-feira, o gigante asiático completou uma segunda fase de patrulhas conjuntas com a Rússia sobre o Pacífico Ocidental. Pequim e Moscou são aliados próximos e, desde pouco antes da Guerra da Ucrânia, proclamaram o aprofundamento de laços, incluindo de cooperação militar

Na terça (6), dois bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear russos e dois chineses voaram pelo mar do Leste da China, entrando na zona de identificação da Coreia do Sul –áreas que não são espaço aéreo, mas que países delimitam de forma arbitrária para verificar possíveis ameaças.

Aeronaves chinesas também sobrevoaram o mar japonês nesta semana, gerando preocupação em Tóquio sobre sua segurança nacional. Antes, o Japão já havia protestado contra patrulhas conjuntas de bombardeiros com capacidade nuclear da Rússia e da China em águas próximas ao arquipélago.

Presidente do Instituto Americano em Taiwan, Laura Rosenberger, que administra o relacionamento não oficial entre Washington e Taipé, está em viagem na ilha asiática. Na segunda-feira, ela comunicou à imprensa que os dois países têm um “interesse duradouro” em preservar a estabilidade taiwanesa.

Na mesma linha, a Secretária do Exército americano, Christine Wormuth, declarou na terça-feira que os EUA manterão exercícios militares no Pacífico. Segundo ela, é uma forma de dissuadir ambições expansionistas da China, incluindo uma invasão de Taiwan.

“A melhor maneira de evitar uma guerra é mostrar que é capaz de ganhar qualquer guerra que tenha que lutar; é esse o foco que o Exército dos EUA deve ter”, disse ela a jornalistas estrangeiros.

Em abril, os EUA fizeram com as Filipinas os maiores exercícios militares conjuntos da história dos países, com quase 18 mil soldados, no mar do Sul da China, área no Sudeste Asiático reivindicada por Pequim, após o regime chinês encerrar três dias de treinamentos que simularam um bloqueio aéreo a Taiwan.

Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e diz que só o povo da ilha pode decidir seu futuro.

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