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Mundo

Sonda de empresa americana pousa na Lua e transmite sinal

Durante a descida, de aproximadamente uma hora, o aparelho utiliza câmeras e lasers para se orientar

Redação Jornal de Brasília

22/02/2024 22h03

Markus Rufer, presidente e CEO da Scorpius, e membros da equipe comemoram quando a espaçonave Odysseus pousa na lua da Scorpius Space Launch Company em Torrance, Califórnia, em 22 de fevereiro de 2024. – O módulo lunar da classe Nova-C da Intuitive Machines, movido por Os tanques de propelente SSLC têm como destino a Lua, onde tentarão pousar perto do pólo sul em 22 de fevereiro e realizarão experimentos que abrirão caminho para o retorno dos astronautas norte-americanos no final desta década. (Photo by David SWANSON / NASA / AFP)

A nave espacial construída pela empresa americana Intuitive Machines pousou, nesta quinta-feira (22), na superfície lunar, tornando-se a primeira companhia privada a conseguir tal feito, que também é a primeira alunissagem americana em mais de 50 anos.

“Podemos confirmar sem dúvida alguma que nossa equipe está na superfície da Lua, e estamos transmitindo”, declarou Tim Crain, da Intuitive Machines, durante a transmissão ao vivo em vídeo da empresa.

“Parabéns equipe da IM! Vamos ver o que mais podemos conseguir com isso”, acrescentou.

O módulo de alunissagem Nova-C, que transporta experimentos científicos da Nasa, mede um pouco mais de quatro metros de altura. Decolou da Flórida na semana passada, e ontem entrou na órbita lunar.

Durante a descida, de aproximadamente uma hora, o aparelho utiliza câmeras e lasers para se orientar.

O motor também serve para freá-lo e prepará-lo para a descida final, que é vertical, a partir de uma altura de 30 metros. A partir daí, o módulo de alunissagem passa a ser completamente autônomo.

Nesse momento, uma pequena máquina equipada com câmeras, desenvolvida pela Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, deixa o módulo de alunissagem para capturar o momento do pouso do lado de fora.

A operação bem-sucedida não marca apenas um feito importante para o setor espacial privado, já que é o primeiro pouso de uma sonda americana na Lua desde o encerramento do lendário programa Apollo em 1972.

Recentemente, Índia e Japão conseguiram pousar no satélite natural graças a suas agências espaciais nacionais, tornando-se o quarto e o quinto país, respectivamente, a consegui-lo, depois de União Soviética, Estados Unidos e China.

Mas diversas empresas privadas – israelenses, japonesas e americanas – tentaram o feito em vão. A Rússia também fracassou na tentativa de pousar uma nave no satélite natural em agosto do ano passado.

Polo sul lunar

O local de pouso escolhido pela companhia texana está localizado a aproximadamente 300 km do polo sul lunar.

A cratera designada para a alunissagem chama-se Malapert A, em homenagem a um astrônomo do século XVII.

O polo sul é de interesse especial porque contém água na forma de gelo, que poderia ser explorada.

A Nasa espera enviar astronautas à Lua partir de 2026 com as missões Artemis. Para prepará-las quer estudar essa região mais de perto.

Para isso, usa seu novo programa CLPS, que contratou empresas privadas para levarem seu material científico à Lua, em vez de desenvolver ela mesma os veículos para isso.

A Intuitive Machines é uma dessas empresas selecionadas. Seu contrato com a Nasa para esta primeira missão, denominada IM-1, chega a 118 milhões de dólares (R$ 583 milhões).

O objetivo é reduzir custos para a agência pública, mas continuar desenvolvendo a economia espacial. E isso apesar dos riscos.

Uma primeira missão, conduzida pela empresa americana Astrobotic, fracassou no mês passado.

Sete dias ativos

O módulo de alunissagem transporta seis cargas privadas (incluindo esculturas do artista contemporâneo Jeff Koons que representam as fases da Lua) e seis instrumentos científicos da Nasa.

Inclui ainda um sistema de câmeras localizadas abaixo do módulo para analisar a quantidade de poeira levantada durante a descida, a fim de compará-la com as alunissagens do programa Apollo.

Outro instrumento estudará o plasma lunar (uma camada de gás carregada eletricamente) e medirá ondas de rádio procedentes do Sol e de outros planetas.

O módulo de alunissagem, batizado de Qdysseus, funcionará com painéis solares. A previsão é que funcione por sete dias a partir do momento de pouso. Depois, ficará inoperante.

© Agence France-Presse

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