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Soldados dos EUA matam homens armados no aeroporto de Cabul e suspendem voos

No sábado, milhares de soldados americanos tomaram o controle da segurança do aeroporto internacional de Cabul, o principal do Afeganistãog

Redação Jornal de Brasília

16/08/2021 17h02

As forças militares dos Estados Unidos suspenderam nesta segunda-feira (16), todos os voos militares e civis no aeroporto de Cabul, capital afegã, depois que multidões de civis invadiram as pistas e após um incidente no qual dois homens armados morreram, informou o Pentágono.

“Não há voos de ida e volta, militares ou civis, e isso se deve às grandes multidões que ainda estão na pista”, informou à imprensa o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

“As forças militares americanas estão no local trabalhando junto com as tropas turcas e outras tropas internacionais para tirar as pessoas da área. Não sabemos quanto tempo isso vai levar”, disse Kirby. Nesse sentido, ele indicou que pode levar horas até a retomada dos voos.

Mais cedo, soldados americanos mataram dois homens armados no aeroporto, no mesmo dia em que um chefe militar do Pentágono exigiu do Talibã que não ataque o terminal aéreo, lotado de milhares de pessoas que buscam fugir do Afeganistão devido à tomada do poder pelos talibãs, segundo o Departamento de Defesa.

“Em meio às milhares de pessoas que estavam ali pacificamente, dois indivíduos que portavam armas ergueram-nas ameaçadoramente. Ambos foram mortos”, declarou à AFP um funcionário, sob a condição de anonimato. Segundo ele, o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Kenneth McKenzie, exigiu dos funcionários talibãs em reunião presencial neste domingo em Doha que não atacassem o aeroporto.

No sábado, milhares de soldados americanos tomaram o controle da segurança do aeroporto internacional de Cabul, o principal do Afeganistão, para permitir a evacuação de funcionários dos EUA. No entanto, milhares de afegãos se reuniram em volta do aeroporto e foram para a pista buscando embarcar em voos comerciais para fora do país.

Vídeos mostram uma multidão tentando impedir a decolagem de um avião de carga militar americano, e há relatos de que vários morreram esmagados ou ao caírem depois que o avião decolou.

Kirby culpou os líderes afegãos pelo caos, muitos dos quais já fugiram do país. “É possível financiar, treinar, apoiar, assessorar, ajudar. Não é possível comprar vontade, não é possível comprar liderança, e faltou liderança”, criticou.

Kirby também destacou que um terceiro batalhão de soldados americanos será enviado ao aeroporto, enquanto Washington busca evacuar os funcionários da embaixada e até 30.000 afegãos e suas famílias que trabalhavam com as forças de seu país – entre eles tradutores que solicitaram refúgio. Isso representa um aumento das tropas americanas no país para 6.000 soldados, depois que o governo Biden decidiu concluir neste mês a retirada total do contingente, que participou de uma guerra que durou 20 anos.

© Agence France-Presse

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