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Rússia faz cessar-fogo parcial na Ucrânia para estabelecer corredores humanitários

O acordo teve início às 10h no horário de Moscou (madrugada no Brasil) e vale somente para as cidades de Mariupol e Volnovakha

FolhaPress

05/03/2022 6h48

Foto: Reprodução

A Rússia faz neste sábado (5) um cessar-fogo parcial na Ucrânia para que sejam estabelecidos os chamados corredores humanitários e permitir a fuga de civis. É a primeira vez que os ataques são interrompidos desde o início dos conflitos, em 24 de fevereiro.

O acordo teve início às 10h no horário de Moscou (madrugada no Brasil) e vale somente para as cidades de Mariupol e Volnovakha , que estavam cercadas pelas forças de Vladimir Putin.

Mais cedo, o prefeito de Mariupol, Vadim Boichenko, disse que a cidade era alvo de “ataques implacáveis” e que estava “bloqueada” pelos militares russos. Os moradores da região estão sem água e eletricidade desde quinta (3).

“Por enquanto estamos procurando soluções para os problemas humanitários e todas as formas possíveis de tirar Mariupol do bloqueio”, disse Boichenko. Além da retirada de civis, autoridades também planejam levar remédios e outros suprimentos básicos à cidade.

O governo ucraniano planeja auxiliar a retirada cerca de 200 mil pessoas de Mariupol e outras 15 mil de Volnovakha. Segundo a RIA, agência russa de notícias, os civis terão cinco horas para cruzarem os corredores humanitários enquanto os disparos estiverem interrompidos.

Considerada estratégica por Moscou, Mariupol é uma cidade portuária no sudeste da Ucrânia localizada a 150 km de Rostov-do-Don, a principal cidade do sul da Rússia. Ela foi atacada desde o primeiro dia da guerra e é um porto importante no mar de Azov, uma divisão secundária do mar Negro. Quase 90% da produção mundial de gás neon passa por ali, por exemplo.

A cidade também é considerada o último ponto de resistência a evitar o estabelecimento de uma ponte terrestre unindo a região de Rostov russa à Crimeia anexada em 2014 por Putin.

Rússia e Ucrânia concordaram em estabelecer os corredores humanitários na quinta (3), durante encontro de delegações dos dois países para negociações na Belarus.

Corredores humanitários ou zonas de segurança implicam cessar-fogo, algo que, como visto na guerra da Bósnia nos anos 1990, é um instrumento muito precário. Além disso, podem ser utilizados para desocupar áreas de civis potencialmente hostis a invasores, sem garantias de que um dia voltarão para suas casas.

O movimento pode facilitar a eventual ocupação militar de territórios e favorecer o plano presumido de Putin de remover a área da soberania ucraniana.

Embora os ataques tenham sido interrompidos Mariupol e Volnovakha neste sábado, forças de Moscou continuaram com suas ofensivas durante a madrugada, com bombardeios sobre Kiev.

Autoridades pediram que os moradores da capital permaneçam em abrigos e alertaram para o risco de confrontos nas ruas da cidade.?

Na cidade de Bucha, próxima a Kiev, forças russas foram acusadas de abrir fogo contra veículo de civis, segundo a mídia local. Duas pessoas teriam morrido no ataque, incluindo uma jovem de 17 anos, e outras quatro teriam sido feridas.

Até esta sexta-feira (4), mais de 1,2 milhão de pessoas já tinham fugido da Ucrânia desde o início da invasão russa, segundo dados do Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados). A Polônia é de longe o país que mais vem acolhendo refugiados do conflito.

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