Menu
Mundo

Rússia e separatistas fecham cerco a Severodonetsk; Ucrânia pede mais armas

Em uma declaração pública nesta sexta-feira, o presidente Volodmir Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa encarar a realidade

Redação Jornal de Brasília

27/05/2022 13h20

Foto: Reprodução

O cerco à cidade de Severodonetsk, principal alvo da disputa militar no leste da Ucrânia neste momento da guerra, parece ter se fechado completamente nesta sexta-feira, 27, quando forças de separatistas pró-Rússia anunciaram ter tomado o centro da cidade de Liman, um importante centro ferroviário da região.

O Estado-Maior das forças separatistas de Donetsk indicou que “assumiu o controle total” de Liman, com o apoio das unidades militares da região separatista de Luhansk e das forças armadas de Moscou, informou em uma publicação no Telegram.

Os combates de sexta-feira se concentraram em duas cidades-chave: Severodonetsk e Lisichansk, últimas áreas controladas pelos ucranianos em Luhansk. Pelo menos cinco civis foram mortos em 24 horas na região por bombardeios russos, de acordo com o governador Sergei Gaidai.

“Os russos bombardeiam constantemente áreas residenciais”, denunciou Gaidai no Telegram, alertando para a possibilidade sofrer o mesmo destino que Mariupol, cidade que foi dizimada após semanas de cerco russo.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, acusou a Rússia de cometer “genocídio” em Donbas em seu pronunciamento diário, na madrugada de quinta para sexta. “A atual ofensiva dos ocupantes no Donbass pode deixar a região inabitável”, afirmou, acusando a Rússia de querer “reduzir a cinzas” várias cidades da região.

Com a mudança de foco da ofensiva russa de Kiev e Kharkiv para a região industrial de Donbas, autoridades ucranianas renovaram seus apelos ao Ocidente por armamentos mais sofisticados, para resistir em uma área onde as autoridades dizem que cerca de 1 500 pessoas morreram desde o início da guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, pediu “armas, armas e armas novamente”, alertando que, sem uma nova remessa de armas estrangeiras, as forças ucranianas não seriam capazes de impedir o avanço da Rússia no leste.

Um alto funcionário do Pentágono afirmou à agência France-Presse que o governo americano acredita que as forças russas já tenham tomado a maior parte do nordeste de Severodonetsk, ressaltando que ainda há combates ativos.

Estimativas da administração civil e militar de Severodonetsk dão conta que entre 12.000 e 13.000 pessoas permanecem na cidade, que tinha 100.000 habitantes antes da guerra. “Cerca de 60% do parque habitacional de Severodonetsk foi destruído. 85-90% dos prédios da cidade foram danificados e precisarão de uma grande restauração”, afirmou o chefe da divisão, Alexander Striuk, à mídia ucraniana.

Apesar do foco no leste, a Rússia mantém sua campanha militar em todo o país. Sirenes de ataque aéreo voltaram a soar nesta sexta-feira em Kharkiv, um dia após, um bombardeio deixar nove mortos e 19 feridos, incluindo um bebê de cinco meses e seu pai. Em Dnipro, mais de 10 pessoas morreram e 30 ficaram feridas após um bombardeio em uma área militar da cidade.

Conversa para paz

Em uma declaração pública nesta sexta-feira, o presidente Volodmir Zelensky afirmou que a Ucrânia precisa encarar a realidade de que uma conversa com presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente será necessária para acabar com a guerra.

“Há coisas para discutir com o líder russo. Não estou dizendo que para mim nosso povo está ansioso para falar com ele, mas temos que enfrentar a realidade do que estamos vivendo”, disse Zelensky em um pronunciamento a um think tank indonésio.

“O que queremos desta reunião… Queremos nossas vidas de volta. . Queremos recuperar a vida de um país soberano dentro de seu próprio território”, disse ele, acrescentando que a Rússia ainda não parece estar pronta para falar sobre paz. (Com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado