O ministério russo da Defesa acusou nesta terça-feira (5) as autoridades ucranianas de preparar “encenações” de civis assassinados pelas forças de Moscou em várias cidades, após a indignação internacional com a descoberta de corpos na cidade de Bucha.
As autoridades ucranianas e seus aliados ocidentais acusaram o exército russo por um massacre no município próximo a Kiev, mas o ministério rejeitou qualquer responsabilidade e citou supostas montagens em diferentes pontos.
“Membros do 72º centro ucraniano de operações psicológicas gravaram, na tarde de 4 de abril, uma nova encenação filmada de civis supostamente assassinados por ações violentas do exército russo na cidade de Moshchun, 23 km ao noroeste de Kiev”, declarou o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov.
“Eventos similares estão sendo organizados pelos serviços especiais ucranianos em Sumy (nordeste), Konotop (nordeste) e outras localidades”, acrescentou.
As acusações foram feitas em um momento de indignação internacional após a descoberta de vários corpos em Bucha, depois da retirada das forças russas. A localidade de Moshchun fica perto de Bucha.
A Rússia negou “categoricamente” um massacre e questionou a veracidade das imagens feitas em Bucha, ao mesmo tempo que denunciou uma campanha de “desinformação”.
Itália e Dinamarca expulsam diplomatas russos
A Itália decidiu expulsar 30 diplomatas russos e Dinamarca 15, anunciaram nesta terça-feira os ministros das Relações Exteriores dos dois países, um dia após uma medida similar por parte da França e Alemanha.
O chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, justificou a expulsão por razões de “segurança nacional”.
“Esta medida, adotada em comum acordo com nossos sócios europeus e da aliança do Atlântico, foi necessária por razões vinculadas à nossa segurança nacional e no contesto da situação atual de crise relacionada com a agressão injustificável da Ucrânia por parte da Federação da Rússia”, afirmou Di Maio.
A Dinamarca decidiu expulsar 15 funcionários russos acusados de atuar como “agentes de inteligência”, que executaram “atividades de espionagem em território dinamarquês”, afirmou o ministro Jeppe Kofod.
O país escandinavo “pretende enviar um sinal claro à Rússia: a espionagem em território dinamarquês é inaceitável”, disse.
A diplomacia de Copenhague expressou em um comunicado uma “condenação veemente à brutalidade da Rússia contra os civis ucranianos em Bucha”.
Os países ocidentais manifestaram indignação com a descoberta de dezenas de cadáveres com trajes civis em Bucha, ao noroeste da capital da Ucrânia, após a retirada dos soldados russos.
Na segunda-feira, a Alemanha anunciou a expulsão de “um número elevado” de diplomatas russos (40, segundo informações apuradas pela AFP). A França fará o mesmo com 35 funcionários russos, “com atividades contrárias aos interesses do país”.
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