Menu
Mundo

Putin aceita convite de Kim para visitar Coreia do Norte

Kim disse na quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia vai alcançar “uma grande vitória” contra seus inimigos

Redação Jornal de Brasília

14/09/2023 7h28

Foto: AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong Un para visitar a Coreia do Norte, informou a imprensa oficial nesta quinta-feira (14), após uma reunião na Rússia em que os dois governantes anunciaram o fortalecimento da cooperação entre os dois países.

Após uma reunião realizada na quarta-feira, “Kim Jong Un convidou Putin para visitar a Coreia do Norte quando for conveniente”, informou a agência estatal de notícias KCNA.

“Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de avançar com a história e tradição de amizade entre os dois países”, acrescentou.

Kim realiza uma visita ao extremo leste russo, no momento em que Moscou procura fortalecer suas alianças com governantes de outros países isolados.

Durante a visita, o líder supremo norte-coreano deve supervisionar um desfile de navios militares russos, indicou Putin, para “demonstrar as capacidades da Frota do Pacífico”.

Kim disse na quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia vai alcançar “uma grande vitória” contra seus inimigos, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia alertaram para um possível acordo armamentista entre Rússia e Coreia do Norte.

“Depois das extensas conversas houve um encontro privado”, segundo a KCNA, e Kim escreveu no livro de visitas: “A glória da Rússia, que produziu os primeiros conquistadores do espaço, será imortal.”

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado. Agora o país busca fortalecer suas alianças com outros países isolados.

“Mudança”

“A reunião indica uma mudança sísmica na geopolítica do nordeste asiático”, disse Kim Jong-dae, ex-parlamentar e professor visitante no Instituto Yonsei de Estudos Norte-Coreanos.

Ele advertiu que uma aliança reforçada entre Coreia do Norte, Rússia e pode virar uma “força desestabilizadora na região” e que as munições Pyongyang poderiam impactar significativamente a guerra na Ucrânia.

“Acredito que a Rússia já testou as munições norte-coreanas no campo de batalha e se prepara para expandir o uso no futuro. Nem Estados Unidos, nem Coreia do Sul compreenderam o que implica um acordo de armas entre a Rússia e o Norte”, acrescentou.

A ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, advertiu que o acordo pode resultar em “violações à proibição do Conselho de Segurança (da ONU) para todas as transações de armas com a Coreia do Norte”.

Putin exaltou o “fortalecimento da cooperação e amizade” entre os dois países ao receber Kim no cosmódromo de Vostochny, no extremo leste russo, e disse aos jornalistas que vê “possibilidades” na cooperação militar com a Coreia do Norte.

Também anunciou que Moscou ajudará Pyongyang a construir satélites.

Putin e Kim também discutiram a possibilidade de enviar um norte-coreano ao espaço.

“Conversamos sobre a possibilidade de, se a parte norte-coreana desejar, um cosmonauta norte-coreano poderá ser treinado e enviado ao espaço”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências TASS e Ria Novosti.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, manifestou sua inquietação diante de uma eventual cooperação no âmbito dos satélites, o que representaria “uma violação de várias resoluções da ONU”.

Autoridades americanas e especialistas assinalaram que a Rússia tem interesse em adquirir munições norte-coreanas para a guerra na Ucrânia.

Durante a visita de Kim à Rússia, Pyongyang lançou na quarta-feira dois mísseis balísticos, indicaram as Forças Armadas sul-coreanas, o mais recente de uma série de testes que violam as sanções internacionais.

Ao brindarem durante um jantar oficial após as conversas, Kim disse a Putin: “Estamos convencidos de que o Exército russo e o povo russo conquistarão uma grande vitória na luta justa para punir os grupos malignos que buscam hegemonia, expansão e ambição”.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado